MEC estuda retomar Enem como certificado de conclusão do ensino médio
BRIANE MACHADO
Pretty Woman
Quem não lembra da Julia Roberts vestindo suas botas longas, roupas curtas, ostentando cabelos cacheados e naturalmente ruivos com quase nenhuma maquiagem em Uma Linda Mulher?
Nos anos 90 não contávamos com a revolução estética e da indústria de cosméticos como acontece hoje, 30 anos depois.
Nós, mulheres, vestíamos roupas que eram tendência, frequentávamos academia e aulas de dança; os corpos eram naturais e quase ninguém sustentava próteses de silicone - talvez, pela escassez da época e alto custo financeiro.
Não havia técnicas de maquiagem; sobrancelhas eram arqueadas e finas, batons faziam o maior efeito no rosto, quando não abriam espaço para olhos bem marcados por sombras, lápis e muito rímel.
Contorno facial? Esquece.
Mulheres adquiriam cremes faciais diurnos e noturnos, havia alta exposição ao sol para adquirir o bronzeado dos sonhos. Nada de autobronzeador.
Botox, ácido hialurônico, bichectomia, depilação a laser, preenchimentos, nada disso estava disponível e, mesmo que estivesse, obviamente, seria de difícil acesso.
Até aqui parece que estou sendo contra a esses inúmeros procedimentos que, muitas vezes, operam milagres. Na verdade, tenho uma lista deles para fazer qualquer dia desses. Sim, eu quero muito e passo longe de julgar quem os faz e procura.
Entretanto, essa infinidade de recursos estéticos pode desencadear o que mais tememos: a perda da identidade.
Desfigurar o rosto vai além da possibilidade de manter tais recursos. Perder os traços, as características é um caminho sem volta e, se buscarmos na internet, veremos inúmeros casos que não foram bem sucedidos.
Nós, mulheres, precisamos ter em mente que somos naturalmente bonitas, cada uma a sua maneira. Temos que dispensar comentários sobre os lábios que são finos, o nariz que é batatinha, a sobrancelha que não está devidamente preenchida ou os cílios que não estão com a curvatura perfeita.
Os procedimentos estão aí para serem utilizados a nosso favor, para deixar ainda melhor o que já temos e como somos.
Se transformar em outra pessoa para alcançar padrões que não existem, além de ferir também os traços de personalidade, causam crise de identidade, crise existencial.
Você precisa olhar no espelho e se reconhecer.
Não sou profissional da área, tampouco psicóloga para afirmar isso ou aquilo, mas sou mulher. Faço uso de cosméticos, de ácidos, de vitaminas, inúmeros tipos de maquiagem, inclusive, contorno o nariz.
Já sei os pontos no rosto que merecem um preenchimento, qual linha de expressão surgiu recentemente.
Mas não penso em me transformar em outra pessoa para atingir um padrão de beleza ilusório.
Essa não é uma crônica feminista em que vou dizer para abolir os cosméticos e todo tipo de cuidado pessoal. Pelo contrário, se cuide, se aprecie, se ache bonita (porque você é sim, com todas suas peculiaridades), mas não seja escrava do que é imposto como "bonito".
Jamais se esqueça da sua saúde física, mental, emocional. Elas precisam estar em dia para que tudo que faça exale todo seu brilho e amor próprio.
Cuide de si, se ame, esteja atenta a qualquer pinta que não estava no seu corpo. Se hidrate.
Não seja escrava das opiniões alheias e somente faça o que vai lhe deixar ainda mais feliz e com o auxílio de um profissional da área.
Melhorar aqui e ali não faz mal a ninguém.
Não esqueça: você já é naturalmente linda.
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