BRIANE MACHADO
Oi, futuro!
Bom dia! Tudo bem?
Eu não sei onde você está morando, se continua ocupando o mesmo quarto, se já deixou a casa dos seus pais, se ainda está na mesma cidade.
Talvez tenha mudado, inclusive, o endereço do escritório. Espero que tenha dado tempo de trocar os móveis que tanto queria.
Você casou e teve filhos? Ou investiu todo o seu tempo naquele salto profissional que sempre pensou?
Lembro que você tinha um plano de trocar os computadores - de casa e do escritório - e também queria conhecer outra cultura, passar algum tempo em um país distante.
Será que você já conquistou os itens que estão na sua lista?
O futuro é incerto para todos e agora, falando com o eu do futuro, não sei muito bem o que dizer, nem ao menos o que perguntar.
Traçamos planos, queremos construir carreiras sólidas, famílias unidas, queremos ter a sorte de uma vida que foi desenhada e saiu do papel, tal qual ao que definimos no passado.
Os objetivos que eu tinha no início do ano ainda não foram executados, muito menos concretizados.
A vida está parada. E, a todo o momento, eu me permito fazer um breve questionamento sobre os caminhos que irei traçar daqui pra frente.
Soa de forma temerária dizer que os planos são revisitados, que há questionamento e se irei seguir com aquele projeto de vida ou aproveitar a fama mutável do futuro.
Para o eu do futuro digo que, aqui no passado, estamos enfrentando uma crise, talvez uma das maiores que o mundo já presenciou. O país passa por sérios problemas na política, na saúde e na economia. Estamos em pandemia. Milhares de pessoas já foram vitimadas. O cenário é triste e desolador.
O desafio da mudança impulsiona alguns para frente e outros ficam para trás, estáticos, esperando que tudo se resolva como num passe de mágica.
Não estamos em estado permanente, pelo contrário, a vida é uma constante transformação, onde ciclos começam e se encerram, cabe a nós enquanto seres humanos e racionais, extrair as melhores lições para que a tempestade não vire o barco.
Saber navegar é preciso, caso contrário, viveremos no caos.
Resiliência virou a minha palavra favorita durante o período de isolamento social. A urgência que antes permeava a minha vida e, consequentemente, a minha rotina, passou a dar lugar para alguns (ainda que poucos) momentos de tranquilidade e quietude mental.
É necessário ouvir o silêncio da mente.
Por isso, aprender com as adversidades e sair da zona de conforto, nos dá a possibilidade de crescimento, isto é, quando somos forjados a nos adaptarmos em um momento de crise e extremo despreparo, percebemos que nem tudo o que planejamos e que, por consequência, gastamos uma enorme energia, é necessário para a vida.
A gestão do tempo e propósito, bem como saber lidar com as adversidades que aparecem nos elevam ao patamar da temperança.
A quietude não nos levará a lugar algum. É durante a crise que há desenvolvimento, tal qual um pão precisa de fermento para crescer.
Eu espero, com toda sinceridade, que tenhas continuado a meditar, que os programas em família nos finais de semana tenham se mantido por muito tempo, que o hábito da leitura diária não tenha se perdido com o retorno da rotina.
Você sabe o que dizer para si mesmo no futuro?
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