Ricardo Peró Job
Luzes & Sombras
Calcula-se que no Brasil exista 58.000 "autoridades" nos três poderes possuidoras do absurdo "foro privilegiado". A aberração blinda-os de serem julgados como os demais brasileiros por juízes de primeira instância. O resultado de tal esperteza é a impunidade, pois como sabemos, a lerdeza, os engavetamentos e outras firulas jurídicas visando a absolvição ou a prescrição dos crimes destas pessoas nas esferas mais altas do Judiciário são escandalosas. O foro privilegiado não passa de uma invenção terceiro-mundista para blindar autoridades criminosas e corruptas. Nos Estados Unidos e na maioria dos países europeus, tal absurdo não existe, a exceção da Alemanha e Suécia, onde somente os chefes de Estado possuem tal regalia. A proposta de Emenda Constitucional que extingue o foro privilegiado proposta pelo senador Álvaro Dias, do Podemos, já aprovada no Senado, está engavetada na Câmara Federal há mais de 1.520 dias.
Nosso Congresso hoje é somente um palco para a "CPI da Covid".
Lacaio de ditadores
Não é de hoje que o dublê de ex-presidente e ex-presidiário Luiz Inácio da Silva, o "Lula", demonstra sua admiração e condescendência para com tiranos de terceiro mundo. Amigo pessoal dos irmãos Castro, assim como dos venezuelanos Chavez e Maduro e de outros ditadores da América Central e África, sempre que confrontado com os crimes cometidos por estes tiranos, tangencia para minimizá-los. Desta vez, diante dos protestos que tomaram conta de Cuba nos últimos dias, não foi diferente. Mais uma vez defendeu a tirania e a barbárie do governo ditatorial do país, minimizando a onda de protestos em virtude da crise econômica e de saúde agravada pela pandemia do coronavírus. Em entrevista para a Band, sem nem mesmo ficar vermelho, lascou: "O que está acontecendo em Cuba de tão especial pra falarem tanto? Houve uma passeata. Inclusive vi o presidente de Cuba na passeata, conversando com as pessoas. Cuba já sofre 60 anos de bloqueio econômico dos EUA, ainda mais com a pandemia, é desumano". Portanto, segundo ele, o governo tirânico e fracassado de Cuba só não dá certo em razão da proibição de que empresas norte-americanas negociem com seu país.
Mas, como nosso herói tem duas caras (ambas de pau), inquirido pela imprensa mexicana sobre a situação da Nicarágua, governada por outro "ditador amigo", Daniel Ortega, que entre outras diabruras já prendeu sete candidatos adversários e mais de vinte políticos oposicionistas, declarou: "Se eu pudesse dar um conselho ao Daniel Ortega, daria a ele e a qualquer outro presidente. Não abra mão da democracia. Não deixe de defender a liberdade de imprensa, de comunicação, de expressão, porque isso é o que favorece a democracia". Nosso gaiato ex-presidente parece ter esquecido que, durante seus governos, por três vezes tentou amordaçar a imprensa. E ainda há quem defenda a candidatura deste lacaio de ditadores corrupto.
Se fazendo de mortos
O presidente da Câmara, Arthur Lira declarou que o Judiciário não será incluído na Reforma Administrativa. Segundo ele, o Executivo e o Legislativo já apresentaram suas próprias propostas de mudança nas regras dos servidores públicos, mas o Judiciário, até agora, não.
Lira disse que o Congresso deverá respeitar os limites constitucionais, deixando de fora o Judiciário, pois para incluí-lo na reforma, teria de ter recebido uma proposta deste poder. Em suma, ao se fazer de morto, o Judiciário é o único poder que pretende manter as regalias imorais que os tornam diferente dos demais trabalhadores brasileiros.
Espertos, não?
Reação tardia
Parece que, finalmente, a Câmara Federal irá cortar as "asinhas" do TSE, que de uns anos para cá, invadindo as atribuições do Legislativo, passou a legislar através de "normas" e "resoluções" que fixam novas regras a cada eleição, ao arrepio da Constituição. Esta semana o presidente da Câmara, Arthur Lira, declarou que está na hora de a Justiça Eleitoral voltar a exercer o papel de zelar pelo cumprimento das leis. Deveria aproveitar para atentar também para o STF, que além de legislar, passou a governar o país, ignorando também a Carta Magna.
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