Mais um 

O Rio de Janeiro não tem jeito. Nos últimos anos, cinco ex-governadores do Estado foram presos em operações policiais por desvios de dinheiro em obras públicas, Moreira Franco, Anthony e Rosinha Garotinho, Sergio Cabral, Luiz Fernando Pezão. Ao que parece, os cariocas ainda não aprenderam a votar, emplacando nas últimas eleições, mais um ladrão, Wilson Witzel. Este último tem o agravante de ser um ex-juiz de Direito e ter roubado verbas destinadas à pandemia que assola o país. 

Merece coro

Até os anos 70, os árbitros de futebol eram chamados popularmente de "juízes". Nas partidas de futebol era comum quando as torcidas intuíam que seu time havia sido prejudicado por uma decisão do árbitro, entoar em coro: "juiz ladrão". Os cariocas, que possuem um time com uma das maiores torcidas do mundo, o Flamengo, e são fãs incontestes do esporte bretão, diante das tropelias do seu novo governador, o ex-juiz de Direito, Wilson Witzel, bem que poderiam ressuscitar o coro. 

Cangaceiro inimputável

Para não ficar atrás do presidente Jair Bolsonaro, Ciro Gomes, o cangaceiro doido que já passou por todos os partidos existentes no país, hoje travestido de "líder oposicionista", resolveu atacar com palavrões o general e agora ministro Heleno com a seguinte frase: "Eu, Ciro Gomes, tenho mais medo do senhor com a mão suja de cocô do que se o senhor tentar fazer um golpe no Brasil." Levou o troco: "Ciro Gomes, que eu mal conheço e considero um canastrão, publicou um vídeo com uma série de ofensas a mim. Não vou responder, porque o considero um lixo humano, nem vou processá-lo, por ser um caso igual ao Adélio, inimputável por ser débil mental". 

STF

A mais alta corte de um país, no caso do Brasil, o STF, deveria se preocupar, a exemplo dos EUA, com a constitucionalidade ou não de leis propostas pelo Legislativo e atos do Executivo. No Brasil, funciona como uma quarta instância da justiça comum. Tal fato faz com que fique assoberbada de processos, muitos de pouca importância, prejudicando o andamento de outros, que terminam por prescrever. De um tempo para cá, deu também para, de acordo com as simpatias políticas de seus membros, anular decisões dos outros poderes, como no caso da reforma política de 1998 aprovada pelo Congresso e as recentes nomeações de exclusividade do presidente da República, somente para citar algumas, numa clara invasão de competências. Agora, deu para censurar a imprensa, conforme o agrado de alguns de seus membros em relação ao publicado. Aqueles que hoje aplaudem tais atos por estes haverem atingido seus adversários políticos, devem lembrar que, mais dia menos dia, poderão se tornar vítimas dos mesmos. Cabe também lembrar que a mais brutal ditadura que se possa imaginar é a do Judiciário, pois além de estar acima dos demais poderes no que tange ao julgamento de seus atos, é a última esperança daqueles que clamam por justiça.  

STF I

Não consigo entender a preocupação de alguns ministros do STF, em especial os senhores Alexandre de Moraes e Ricardo Lewandowski com as suas seguranças. Os dados são de 2017, mas, apenas em segurança institucional, a "casa" gastou R$ 40 milhões. Além disto, o STF possui em seus quadros 293 vigilantes e, para caso de incêndio, 25 bombeiros civis. O medo da morte também está presente na pauta da "casa". Somente em "Auxílio Funeral" foram gastos R$ 204 mil, embora, pelo que me conste, nenhum ministro tenha falecido. A casa, que conta com somente doze ministros, possui 2.450 funcionários. Aliás, os gastos do STF ultrapassaram a bagatela de meio bilhão de reais naquele ano, R$ 554 milhões, para ser exato. Certamente, de lá para cá, não houve economia alguma. 

STF III

Descobri também que nossos ministros consideram a alimentação um dado bastante importante, pois para tal gastaram naquele ano R$ 12 milhões, numa média de R$ 1 milhão por cabeça, servidos e apoiados por 27 Garçons e 24 copeiros. Na iniciativa privada, somente algumas grandes churrascarias, como o Barranco, de Porto Alegre poderiam se dar ao luxo de ter em seu cartel este número de funcionários.   

STF IV

Para sua locomoção, nossos heróis contam com 58 motoristas. Para bem receber-nos, com 85 secretarias e 194 recepcionistas. A higiene também está na pauta do STF, que conta com 116 serventes de limpeza. Só não entendi a quem servem os 12 auxiliares de desenvolvimento infantil da casa. Seriam para cuidar os netinhos dos nossos ministros?

A propósito, antes que alguém me aponte o dedo acusador, não quero fechar o STF.