Ricardo Peró Job
Manipulações
Mais uma vez, os institutos de pesquisa e boa parte da chamada "grande mídia", tentaram manipular as eleições, publicando pesquisas falsas e dando manchetes a seus candidatos "queridinhos". Os casos mais escandalosos foram em Porto Alegre e em São Paulo, onde Manuela D'Ávila foi derrotada por Mello com folga de quase dez pontos percentuais (45,37 a 54,63%) e Covas obteve uma vitória acachapante sobre Boulos com uma diferença de dezenove pontos (59,38 a 40,62%). A desfaçatez foi tanta que, no sábado, dia anterior à eleição, uma pesquisa do Ibope apontou que Manuela venceria Mello por 51% a 49%. Em São Paulo, pesquisas apontavam um crescimento de Boulos e uma queda de Covas que beirava o "empate técnico". Em Fortaleza, também às vésperas do pleito, o Ibope apontava José Sarto (PDT), candidato dos irmãos Gomes, com 61% e seu adversário, Capitão Wagner (PROS), com apenas 39%. O resultado das urnas, mais uma vez, foi outro: 51,69% para o filhote de cangaceiros e 48,31% para o capitão bolsonarista. Neste último caso, a safadeza deu certo, pois diferenças tão grandes m prol do adversário costumam desmobilizar os eleitores do pretenso perdedor.
Outras tentativas frustradas de manipulação para salvar o PT e a esquerda radical também aconteceram em Vitória, no Espírito Santo e em Recife, Pernambuco, com diferenças significativas em prol dos candidatos vencedores.
Nos demais estados, os vencedores foram partidos de centro-direita ou de centro-esquerda. Somente em Belém do Pará os radicais venceram, com o Psol. Portanto, a extrema esquerda, assim como a extrema direita, saíram derrotadas das urnas, numa clara demonstração de repúdio por parte da população às ideologias radicais.
Finalmente, pois somente em países subdesenvolvidos, partidos com alguma relevância ainda persistem em adotar ideologias radicais, espelhadas em ditaduras como a da China, Coréia do Norte e Cuba ou flertarem com o fascismo. Em países desenvolvidos, a alternativa aos liberais ou conservadores é a socialdemocracia, mesmo que muitas vezes partidos ainda mantenham a palavra "socialista" nas suas siglas. No Brasil, graças a um bem feito trabalho de desinformação, partidos sociais-democratas como PSDB, MDB e outros, são taxados como de "direita" pela grande mídia, numa clara tentativa de manipulação ideológica. Chamar o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso de direitista é uma total distorção da verdade ou uma profunda ignorância política, assim como chama-lo de "comunista" também o é.
Mas as tentativas de manipulação eleitoral e da verdade não cessaram, mesmo com a verdade escancarada pelas urnas. Incrédulo, assisti os "comentários dos especialistas" das grandes redes de televisão, incensando o candidato fragorosamente derrotado em São Paulo, Guilherme Boulos, um radical despreparado que ganhou notoriedade por comandar invasões de propriedades privadas. Para boa parte da mídia, Boulos saiu das eleições como o "grande vencedor" da jornada eleitoral. Segundo eles, se consolidou como "a nova liderança da esquerda nacional".
Não é verdade. Guilherme Boulos recebeu votos dos partidos de centro-equerda e até mesmo de bolsonaristas fanáticos, indignados com o fracasso de seu candidato Celso Russomanno. Para estes últimos, tanto Covas, como França ou Boulos, são "perigosos comunistas", portanto, nenhuma diferença faria a vitória de um ou de outro. Além disto, quem acompanha a política nacional sabe que os votos, principalmente de candidatos derrotados, jamais foram "ativos estocáveis" para as eleições seguintes. A votação dos candidatos do PSL em 2018 é uma prova de tal afirmação. Embora com uma roupagem fajuta, que chegou até mesmo a esconder as cores e símbolos de seus partidos, Boulos e seu Psol, assim como Manuela e o PC do B, são dinossauros políticos com os pés fincados na primeira metade do século XX, incompatíveis com a liberdade e o mundo moderno. Aventuras como o "bolivarianismo", que destruiu a economia e a democracia na Venezuela, apoiadas por tais pessoas, são repudiadas em todo o mundo. Tal tipo de ideologia foi varrido há muitos anos, para a lata de lixo da história nos países civilizados. Tomara que aqui se mantenha a tendência de relegar ao passado tais agremiações, mesmo diante dos esforços dos institutos de pesquisa e da mídia amestrada em manter vivas as aberrações ideológicas.
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