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Energia

Fronteira Oeste do RS será um novo polo de energia eólica

O levantamento do potencial eólico gaúcho vai integrar a terceira edição do Atlas Eólico do Rio Grande do Sul, previsto para 2024, e fazer parte do "Observatório do Sindienergia-RS", que foi lançado na última quarta-feira, 7/12, durante as comemorações de 10 anos do Sindicato da Indústria de Energias Renováveis do Rio Grande do Sul (Sindienergia-RS).

De acordo com a diretora do Sindienergia, Daniela Cardeal, a Fronteira Oeste possui "ventos que se comparam aos do Nordeste do Brasil, em velocidade e fator de capacidade. É uma região gaúcha que vai despontar no potencial eólico". Abrange municípios como Uruguaiana, Santa do Livramento, Quaraí e Alegrete.

A diretora também antecipa que o Sul do Pampa também possui importantes ventos para gerar energia, abrangendo Bagé, Pinheiro Machado, Candiota, Dom Pedrito e Lavras. Todos esses potenciais eólicos serão detalhados, no Observatório Sindienergia. Além disso, pela primeira vez, os estudos vão contemplar uma medição primária do potencial das lagoas.

 O Atlas é desenvolvido pelo governo gaúcho com base nas informações do Sindienergia e das empresas do setor. "Tem dados de empresas que estão lá medindo os ventos, ainda não são públicos, mas são de conhecimento do setor. Além disso, há empresas em fase de licenciamento para aquelas regiões, entre outros indicativos", explicou Daniela, destacando que Observatório vem sendo desenvolvido desde 2019.

"A iniciativa surgiu da necessidade de atualizar as empresas do setor e o mercado sobre o crescimento das energias renováveis, discutir em sociedade sobre as necessidades, orientações e ações é essencial para promover o bom uso das fontes disponíveis e o crescimento da indústria associada", justifica o presidente do Sindienergia-RS, Guilherme Sati. A geração de energia renovável tem um grande potencial no Rio Grande do Sul. De acordo com o presidente do Sindienergia-RS, somente em geração eólica em lagoas - o nearshore, o Rio Grande do Sul é o estado brasileiro com maior potencial.

"Temos a Lagoa dos Patos, que é a maior da América Latina; a Lagoa Mirim, a segunda maior do Brasil; e a Lagoa Mangueira. Somente essas três têm a capacidade de 34 gigawatts de potência. No entanto, com 10 gigawatts, um número bem realista, o Estado se tornaria autossuficiente e ainda poderia exportar parte do que for produzido. Hoje, o Rio Grande do Sul tem 1.8 gigawatt instalado em terra", explica Sati.

A demanda por energia renovável vai crescer no mundo, por conta das inovações digitais, digitalização, transportes elétricos e pelo agronegócio. "O mercado interno brasileiro vai se beneficiar bastante. A Europa também é um potencial comprador de insumos produzidos a partir do hidrogênio verde. Entre eles estão os fertilizantes, fundamentais para o desenvolvimento do agronegócio", sintetiza.


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