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26 mortos

Número de mortes por dengue no Estado aumenta

O Rio Grande do Sul chegou aos 26 casos de dengue neste ano.O Centro Estadual de Vigilância em Saúde (CEVS), vinculado à Secretaria da Saúde, confirmou na quinta-feira, 11/5, mais três óbitos no Estado em razão da doença.

Os óbitos confirmados são de mulheres, todas com comorbidades. Um deles, ocorrido no dia 7, foi de uma residente do município de Ijuí, de 80 anos. Outro, de uma mulher de 87 anos, ocorreu em Roca Sales, no dia 29 de abril. E o terceiro, em Encantado, no dia 21 de abril. A idosa tinha 89 anos.

Município

Em Uruguaiana são 15 casos confirmados, de um total de 70 notificações, sendo 28 casos já descartados e 25 em investigação. A faixa etária com maior número de infectados varia entre 30 e 39 anos. E em crianças foi registrado somente um caso. O município não possui óbitos e não há nenhum paciente internado.

No entanto, o município segue em alerta para proliferação do mosquito aedes aegypti, transmissor da doença e, portanto, todo o cuidado é necessário neste momento.

Outra orientação que vem sendo frisada pela Secretaria Estadual de Saúde é quanto a importância de a população buscar atendimento médico nos serviços de saúde logo nos primeiros sintomas da doença, a fim de evitar seu agravamento e possível evolução para óbito.

Dengue tipo 3

A Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) divulgou nesta quarta-feira, 10/5, um estudo que confirma que, após 15 anos, foi encontrado no Brasil caso de dengue do tipo 3. São quatro casos neste ano, três em Roraima, na região Norte, e um no Paraná, aqui no Sul do país.  

O ressurgimento de casos do sorotipo 3 do vírus da dengue preocupa especialistas sobre os riscos de uma nova epidemia causada por esse sorotipo viral após 15 anos. “Neste estudo, fizemos a caracterização genética dos casos de infecção pelo sorotipo 3 do vírus dengue. É um indicativo de que poderemos voltar a ter, talvez não agora, mas nos próximos meses ou anos, epidemias causadas por esse sorotipo”, afirma o virologista Felipe Naveca, chefe do Núcleo de Vigilância de Vírus Emergentes, Reemergentes e Negligenciados da Fiocruz Amazônia e pesquisador do Laboratório de Arbovírus e Vírus Hemorrágicos do IOC/Fiocruz.

O vírus da dengue possui quatro sorotipos, em geral, denominados DENV-1, DENV-2, DENV-3 e DENV-4. Quando uma pessoa é infectada por um dos quatro sorotipos, torna-se imune a todos os tipos de vírus durante alguns meses e posteriormente mantém-se imune, pelo resto da vida, ao tipo pelo qual foi infectada. No entanto, caso volte a ter dengue, um dos outros três tipos do vírus que ainda não contraiu, poderão apresentar ou não uma forma mais grave. A maioria dos casos de dengue hemorrágica ocorre em pessoas anteriormente infectadas por um dos quatro tipos de vírus.

“O risco de uma epidemia com o retorno do sorotipo 3 ocorre por causa da baixa imunidade da população, uma vez que poucas pessoas contraíram esse vírus desde as últimas epidemias registradas no começo dos anos 2000. Existe ainda o perigo da dengue grave, que ocorre com mais frequência em pessoas que já tiveram a doença e são infectadas novamente, por outro sorotipo”, alerta a entidade.

De acordo com o estudo, as análises indicam que a linhagem detectada foi introduzida nas Américas a partir da Ásia, entre 2018 e 2020, provavelmente a partir do Caribe. A linhagem que detectada não é a mesma do sorotipo 3 que já circulou nas Américas e causou epidemias no Brasil no começo dos anos 2000.

“Nossos resultados mostraram que houve uma nova introdução do genótipo III do sorotipo 3 do vírus da dengue nas Américas, proveniente da Ásia. Essa linhagem está circulando na América Central e recentemente também infectou pessoas nos Estados Unidos. Agora, identificamos que chegou ao Brasil”, afirma Naveca.

Dos quatro casos analisados, três são referentes a casos autóctones de Roraima, ou seja, de pacientes que se infectaram no Estado e não tinham histórico de viagem. Já o caso no Paraná foi importado, diagnosticado em uma pessoa vinda do Suriname, país localizado na costa nordeste da América do Sul.

Geralmente, os sintomas da dengue surgem a partir do terceiro dia depois da picada do inseto, com uma média de cinco a seis dias. A doença é transmitida pela fêmea do mosquito Aedes aegypti (quando infectada pelos vírus) e pode causar tanto a manifestação clássica quanto a forma considerada hemorrágica, conforme a Fiocruz.

A doença pode ser assintomática ou pode evoluir até quadros mais graves, como hemorragia e choque. Na dengue clássica, a primeira manifestação é febre alta (39° a 40°C) e de início abrupto, usualmente seguida de dor de cabeça ou nos olhos, cansaço ou dores musculares e ósseas, falta de apetite, náuseas, tontura, vômitos e erupções na pele (semelhantes à rubéola). A doença tem duração de cinco a sete dias (máximo de 10), mas o período de convalescença pode ser acompanhado de grande debilidade física, e prolongar-se por várias semanas.

No que se refere à forma mais grave da enfermidade, conhecida como febre hemorrágica da dengue, os sintomas iniciais são semelhantes, porém há um agravamento do quadro no terceiro ou quarto dia de evolução, com aparecimento de manifestações hemorrágicas e colapso circulatório.

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