Ação previdenciária deve ser julgada no domicílio do autor
O Pleno da Turma Regional de Uniformização (TRU) dos Juizados Especiais Federais da 4ª Região conheceu um conflito de competência suscitado pela 2ª Vara Federal Guarapuava (PR) e declarou competente a vara do domicílio da autora em uma ação previdenciária contra o Instituto Nacional do Seguro Social (INSS).
O entendimento do órgão foi de que julgamentos de ações previdenciárias contra o INSS devem ser feitos pelo Juízo estadual do domicílio do segurado ou dependente autor, o Juízo federal com jurisdição no domicílio ou o Juízo federal da capital.
No caso concreto, a autora mora em Jaraguá do Sul (SC) e ajuizou ação requerendo pensão por óbito do ex-marido. Tendo em vista que o segurado tinha duas filhas, estas foram citadas. Como moram em Guarapuava, contestaram, alegando incompetência territorial da vara catarinense e requerendo a transferência do processo para seu domicílio. A 2ª Vara Federal de Jaraguá do Sul declinou da competência, enviando a ação para a vara paranaense. Ao receber os autos, a 2ª Vara Federal de Guarapuava suscitou o conflito de competência à TRU.
Conforme a relatora, juíza federal Flávia da Silva Xavier, no caso dos autos, a ação previdenciária foi ajuizada no domicílio da parte autora, que postula a condenação do INSS à concessão de pensão por morte, exercendo, portanto, a faculdade conferida pela norma constitucional, ao eleger a competência do Juízo Federal de seu domicílio. "A formação de litisconsórcio passivo necessário entre o INSS e as filhas do segurado, não desloca a competência para o domicílio destas, habilitadas na pensão por morte, pois a norma constitucional do § 3º do art. 109 prevalece em relação à regra do art. 46 do CPC", afirmou a magistrada.
"Nessas condições, mesmo com a presença de pessoas físicas no polo passivo, em litisconsórcio com o INSS, a competência para processar e julgar a presente ação é do Juízo Federal do domicílio da parte autora", concluiu Flávia
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