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Equidade de Gênero
Brasil é o 5º país em que mulheres mais têm medo de sofrer agressão

Freepik. imagem ilustrativa - fireção ilustrativa - Pesquisa aponta desafios na luta por direitos das mulheres.
Uma pesquisa realizada pelo Instituto Ipsos aponta que o Brasil ocupa a quinta posição entre os países onde as mulheres mais temem sofrer agressão física. Entre as brasileiras entrevistadas, 56% afirmaram ter esse medo, ficando atrás apenas da Indonésia (73%), Itália (63%), Turquia (59%) e Canadá (58%). O estudo, conduzido em 30 países, avaliou a percepção da população sobre equidade de gênero e o nível de conscientização das mulheres em relação à violência de gênero e seus direitos.
A pesquisa também revelou que 66% dos brasileiros acreditam que a sociedade funcionaria melhor com mais mulheres em cargos de liderança. No entanto, mais da metade da população considera que os avanços em prol da igualdade de direitos já foram suficientes, e 37% concordam que os homens são discriminados.
Os números mostram ainda, que 47% das brasileiras acreditam já ter sido vítimas de violência de gênero, enquanto apenas 7% dos homens compartilham dessa percepção. Esse percentual é 20 pontos inferior ao das líderes do ranking, Espanha e França, onde 67% das mulheres afirmaram ter sofrido esse tipo de violência. Sendo percebido a dificuldade do Brasil para delimitar certas situações como violência baseada no gênero.
A pesquisa reforça a desigualdade enfrentada pelas mulheres no país. De acordo com o Mapa Nacional da Violência de Gênero, realizado pelo Observatório da Mulher Contra a Violência (OMV) em parceria com o DataSenado, Instituto Natura e Gênero e Número, 48% das brasileiras já vivenciaram alguma situação de violência doméstica ou familiar, mas apenas 30% identificaram essas experiências como violência.
Além disso, a pesquisa Visível e Invisível: a Vitimização de Mulheres no Brasil do Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP), divulgado no último dia 10, afirma que 21,4 milhões de brasileiras sofreram algum tipo de violência no último ano, maior índice da série histórica.
Feminismo e discriminação
O estudo revelou que 37% dos brasileiros se identificam como feministas, demonstrando o impacto das iniciativas das últimas décadas na conscientização e na proteção das mulheres.
Por outro lado, 52% dos entrevistados acreditam que os avanços em equidade de gênero já foram suficientes, e 37% consideram que os homens estão sendo discriminados. A socióloga Priscilla Branco vê essa percepção com preocupação, pois revela um entendimento equivocado sobre a desigualdade de gênero. “A falta de exposição e debate maior sobre as diferenças salariais entre homens e mulheres, violências de gênero e saúde mental das mulheres, por exemplo, dificulta tornar mais conhecido o tamanho das disparidades e o que devemos fazer para saná-las. Não é possível resolver um problema se não falamos sobre ele.”, pondera Branco.
Embora os avanços tenham sido conquistados, o medo de violência de gênero, a dificuldade de reconhecer essas situações e a crença de que os direitos já foram suficientemente ampliados demonstram que ainda existe um longo caminho para percorrer. A equidade de gênero não deve ser vista como um limite já alcançado, mas como um compromisso contínuo para garantir segurança, justiça e oportunidades iguais para todas as pessoas.
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