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Delegados de Uruguaiana decidem ocultar notícias das ações desenvolvidas

imagem ilustrativa - fireção ilustrativa - Delegado Nilson de Carvalho relata que as ações da Polícia Civil não serão mais divulgadas como forma de protesto

Os delegados de Polícia de Uruguaiana começaram a seguir nesta quarta-feira, 01/11, a seguir a decisão tomada em recente assembleia da Associação de Delegados da Polícia Civil (Asdep), no sentido de não repassarem para a imprensa informações sobre as ações desenvolvidas.

Segundo o presidente da entidade, delegado Guilherme Wondracek, os associados estão insatisfeitos com o fato de que o governador Eduardo Leite divulga rotineiramente os resultados da segurança pública como forma de publicidade, mas não recebe a categoria para negociar reajuste salarial. Para protestar contra a falta de diálogo, a Asdep optou por não represar as informações para a imprensa. Com isso, a comunidade deixa de ter acesso às informações de ações de combate à criminalidade.  

A entidade afirma que, desde 31 de julho, quando Wondracek assumiu a presidência, foram enviados três ofícios solicitando audiência com o governo do Rio Grande do Sul para tratar do reajuste. Todos ficaram sem resposta. 

Segundo Nilson de Carvalho, o titular da Delegacia de Repressão às Ações Criminosas Organizadas (Draco), todos os delegados da cidade seguirão essa medida no sentido de que sejam abertas negociações sobre salários, horas extras e carga de trabalho, que é intensa.

Medidas apresentadas

Na noite de terça-feira, 31/10, o governador Eduardo Leite apresentou, aos deputados da base aliada na Assembleia Legislativa, um conjunto de projetos para promover ajustes nos quadros de pessoal de instituições da Segurança Pública e possibilitar a ampliação de promoções (a serem anunciadas em dezembro).

Pelas propostas, vagas dos níveis iniciais de ingresso na Brigada Militar (BM), na Polícia Civil (PC) e no Corpo de Bombeiros Militar (CBMRS), que hoje não estão ocupadas, serão transformados em cargos dos níveis finais das carreiras.

As medidas estão alinhadas, também, à estratégia do governo de unificar os territórios de ação regional da PC e da BM, por meio das Regiões Integradas de Segurança Pública (RISPs). As RISPs foram criadas em decreto publicado em junho para facilitar a articulação entre as duas forças. Assim, a criação de novos postos de chefia permitirá, além das promoções, a uniformização dos cargos de liderança nos Comando Regionais de Policiamento Ostensivo (CRPOs) da BM e nas Delegacias Regionais da PC que compõem as regiões integradas.

Propostas

Na Brigada, o projeto reduz o número de cargos de capitão (primeiro nível do quadro de oficiais) de 566 vagas (das quais 143 estão ocupadas) para 531. A mudança, de apenas 35 cargos, não irá prejudicar a existência de vagas disponíveis para o ingresso na carreira de oficial (já que não estão ocupadas), e permitirá a criação de oito cargos de coronel, 16 de tenente-coronel e dois de tenente-coronel do quadro de saúde.

Para a Polícia Civil, o projeto é semelhante. No caso dos delegados, a proposta extingue 32 cargos de 1ª classe (nível de entrada) para criar 24 cargos de 3ª e 4ª classes (dois últimos níveis). Para inspetores e escrivães, 100 cargos de 1ª classe que hoje estão vagos serão transformados em 52 cargos de 3ª e 4ª classes e de comissário, topo da carreira.

Nos Bombeiros, ao reduzir 10 cargos de major, o projeto permite a criação de oito cargos de tenente-coronel e coronel, e mais 12 de capitão. A proposta transforma ainda 162 vagas atualmente desocupadas no quadro de soldados em 40 cargos de tenente, topo da carreira de nível médio da corporação.

Juntas, as alterações nos quadros de BM, PC e CBMRS também irão resultar em economia com pagamento de remunerações – um total de R$ 562 mil por ano. 

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