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Perícia

IGP identifica vítima desaparecida há 22 anos

Divulgação imagem ilustrativa - fireção ilustrativa -

O Instituto Geral de Perícias do Rio Grande do Sul (IGP-RS) identificou uma vítima de 13 anos, desaparecida em 2000, em Manaus, no estado do Amazonas, a partir de um fragmento de osso de apenas sete centímetros. O trabalho encerrou o trabalho de buscas da família, que durou 22 anos.

Segundo o Instituto, a amostra foi a mais antiga já analisada pela Divisão de Genética Forense do Departamento de Perícias Laboratoriais do IGP, e exigiu diversos tipos de técnicas para a confirmação da identidade. O longo tempo de armazenamento do osso, nem sempre em condições corretas, levou a dificuldades na realização dos exames.

O IGP alegou que o fragmento de crânio chegou bastante degradado, mas os peritos conseguiram realizar a identificação usando três técnicas diferentes de extração de DNA - cada técnica leva de duas a três semanas para ser realizada. Estas levaram a resultados parciais, que juntos permitiram chegar ao perfil genético, que foi então comparado ao da família. Para reforçar o resultado, foi encontrada uma variante genética rara, tanto no DNA do osso quanto no da mãe e da irmã. A presença dessa variante aumentou para mais de um milhão de vezes a probabilidade de as amostras serem de familiares.

O Centro Regional de Excelência em Perícias Criminais (Crepec) do IGP-RS, inaugurado em março deste ano, como um centro de excelência nacional, auxilia não só na resolução de casos locais, mas também de outras regiões que necessitem de perícias complexas, inclusive com técnicas de biologia molecular.

O caso

O menino de 13 anos desapareceu após ser visto por uma testemunha em um barco de pesca no Rio Negro, no Amazonas. A família, além de registrar ocorrência policial, seguiu buscando de forma independente por seu paradeiro. Em uma dessas buscas, em 2003, encontrou um crânio no rio, que foi levado até o Instituto Médico Legal (IML) do Amazonas. Na época, porém, aquele estado não contava com um laboratório que permitisse a realização do teste de DNA, necessário para fazer a identificação.

Pelos oito anos seguintes, o osso ficou armazenado em temperatura ambiente no IML de Manaus. Em 2011, durante um mutirão de sepultamento de ossadas, a maior parte do crânio foi enterrada junto a outras ossadas antigas. Porém, uma amostra de cada foi guardada no IML local, o que permitiria a realização do exame futuramente.

Após tentativas de identificação, a Polícia Civil do Amazonas pediu auxílio para o IGP-RS e enviou o fragmento de osso e as amostras de sangue da mãe e da irmã do menino desaparecido. Os peritos criminais conseguiram, após diversos exames, chegar com segurança ao resultado positivo para o parentesco, no dia 20 de outubro. Agora, o fragmento de osso voltará para o Amazonas, onde a família poderá realizar suas despedidas.


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