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Eleições

Cinco perguntas paras as vereadoras eleitas

Fredo Tarasuk/JC imagem ilustrativa - fireção ilustrativa - Câmara Municipal terá quatro vereadoras normalmente

No último domingo, 6/10, quatro mulheres foram eleitas para a Câmara de Vereadores: Márcia Fumagalli (Republicanos), Lilian Cuty (Republicanos), Manoela (PDT) e Stella Luzardo (União). O número de vereadoras no Poder Legislativo voltará a crescer na legislatura que se inicia no ano que vem, na atual legislatura são duas. A última vez que Uruguaiana elegeu quatro mulheres para serem representantes do povo havia sido na eleição de 2016, com Josefina Soares, Neraí Kaufmann, Suzana Alves, e Zulma Ancinello. Vale ressaltar que, atualmente, Ancinello é vereadora pelo Republicanos até o dia 31/12. Ainda assim, a vez que tivemos o maior número de mulheres na casa legislativa foi entre 2005 e 2008, quando cinco mulheres ocuparam as cadeiras da Câmara. O CIDADE foi conversar com as vereadoras eleitas em 2024 para saber como pretendem atuar na próxima legislatura. Confira!  

 Márcia Fumagalli  

Militante da causa animal, Fumagalli foi a única que se reelegeu para a próxima legislatura da Câmara. 

Jornal CIDADE: Desde 2016 Uruguaiana não elegia tantas vereadoras mulheres, naquele ano foram quatro eleitas. O máximo que tivemos foram 5 vereadoras, entre 2005 e 2008, mas ainda assim o número de eleitas aumentou e é importante. Por que a senhora acha que Uruguaiana está elegendo mais mulheres novamente? 

 Márcia Fumagalli: Eu entendo que estão sendo eleitas mais vereadoras porque tem mais mulheres se envolvendo com a política e colocando o nome à disposição. No momento em que você vê tantas mulheres que estão colocando o nome à disposição e querendo ir para um desafio de representar as pessoas da nossa comunidade, de fazer um trabalho pela comunidade, você começa a inspirar outras mulheres pra também vir pra política. E a tá fazendo bonito, também, na política.  

 JC: Para a senhora, qual a importância de ter tantas colegas na Câmara? Acha que isso pode influenciar nas articulações políticas? 

 MF: É importante que a gente tenha mais mulheres candidatas, mais mulheres envolvidas com os desafios da nossa cidade, querendo contribuir positivamente pra que a cidade seja uma cidade melhor para todos.  

 JC: Já conversou com as outras eleitas após o resultado? Pretendem atuar em conjunto?  

 MF: Eu conversei com a Lilian, que é minha colega de Republicanos e a Lilian se colocou totalmente à disposição pra gente trabalhar em conjunto, fazer uma força forte por Uruguaiana. Eu já trabalhei com a Manoela, acredito que não terá problema. Só a Stella que eu ainda não conheço, mas eu acho que a gente pode fazer um bom trabalho.  

JC: Como a senhora acha que será o enfrentamento com os seus pares de Câmara? Crê que o fato de ser mulher pode dificultar as articulações para os projetos que a cidade tanto precisa? 

MF: No meu caso, como eu sou vereadora, eu não tive problema nenhum pelo fato de ser mulher. Em relação aos projetos, ou articulações pra gente aprovar projetos, no meu caso isso não interferiu em nada. Mas eu tenho um perfil muito conciliador, me relaciono bem com todo mundo, então eu acredito que a gente não vá ter problema.  

JC: Qual a mensagem que a senhora deixa para as meninas, mulheres e pessoas que não gostam de política ou que não querem se envolver com política?  

MF: Eu gostaria de dizer para as meninas e para as mulheres que se envolvam mais com a política, nós precisamos de mulheres e lideranças em todas as áreas. E as mulheres estão se destacando em diversas áreas onde elas estão atuando. A mulher tem capacidade. E na política também precisamos de mulheres representando a nossa cidade, representando as pessoas, representando as mulheres. Porque uma mulher entende o sofrimento de um parto, entende cuidados. Então, com certeza, [a mulher na política] terá uma visão sensível em relação a muitas áreas onde se faz necessária a atuação de uma vereadora.  

   

Lilian Cuty 

 Cuty é professora, pedagoga e atualmente trabalha na Secretaria Municipal de Saúde. Foi diretora na Policlínica Municipal durante seis anos.   

  

JC: Por que a senhora acha que Uruguaiana está elegendo mais mulheres novamente? 

 Lilian Cuty: Uruguaiana está escolhendo mais mulheres porque a sociedade em si acreditou mais no papel da mulher como transformadora. Hoje a mulher pode ser o que ela quiser em relação a várias profissões e, puxando para o meu lado, a mulher sabe arrumar a casa pode ter certeza. 

 JC: Para a senhora, qual a importância de ter tantas colegas na Câmara? Acha que isso pode influenciar nas articulações políticas? 

 LC: Sim pode influenciar, pois as mulheres - por mais que digam muitas vezes que não - quando se unem por alguma causa, elas fazem acontecer. Jamais desmerecendo o trabalho masculino, mas a mulher consegue fazer várias coisas ao mesmo tempo e com isso consegue articular, pois tem o olhar mais sensível para as questões a serem resolvidas.  

JC: Já conversou com as outras eleitas após o resultado? Pretendem atuar em conjunto?   

LC: Ainda não nos sentamos para conversar, mas tenho a certeza de que logo nos sentaremos para tentarmos trocar ideias. Claro, se todas concordarem. 

 JC: Como a senhora acha que será o enfrentamento com os seus pares de Câmara? Crê que o fato de ser mulher pode dificultar as articulações para os projetos que a cidade tanto precisa? 

 LC: Muito pelo contrário, acredito que os projetos - sendo para o bem da população - vão ser muito bem aceitos por todas, principalmente se for para o bem comum dos nossos munícipes. 

 JC: Qual a mensagem que a senhora deixa para as meninas, mulheres e pessoas que não gostam de política ou que não querem se envolver com política?  

 LC: Quero dizer para essas meninas ou mulheres que procurem buscar informações sobre política, estudar a importância [da política] principalmente para nós mulheres. Pois, juntas podemos mudar a realidade que ainda impera sobre a mulher: a violência, o racismo, a intolerância. Porque a política é uma das maneiras que podemos combater a tudo isso e, como eu disse, a mulher pode ser o que ela quiser! Quanto mais mulher na política, mais força teremos contra essas injustiças sociais. A mulher já conseguiu muito, mas juntas podemos realizar muito mais! Obrigada.  

 

Manoela  

 Manoela Rosa Couto assume uma posição no Legislativo Municipal pela segunda vez. Em 2021, ela assumiu por oito meses como suplente do vereador Clemente Corrêa (Podemos) quando ele assumiu como Secretário Municipal de Segurança e Trânsito.  

 JC: Por que a senhora acha que Uruguaiana está elegendo mais mulheres novamente? 

 Manoela Rosa Couto: Acredito que elegemos mais mulheres este ano porque a sociedade está cada vez mais consciente da importância de ter representações diversas e justas nos espaços de poder. Além disso, os movimentos por igualdade de gênero e a luta das mulheres por maior espaço político têm ganhado força, inspirando outras mulheres a se engajarem na política e incentivando eleitores a reconhecerem a necessidade de equilibrar essa representatividade. 

 JC: Para a senhora, qual a importância de ter tantas colegas na Câmara? Acha que isso pode influenciar nas articulações políticas? 

 MRC: Acredito que a presença de mais mulheres na câmara pode influenciar positivamente as articulações políticas. Quando temos um grupo mais diverso, as discussões tendem a incluir uma maior variedade de pontos de vista e experiências. As mulheres trazem uma sensibilidade especial para temas como saúde, educação, direitos das minorias e políticas sociais, além de uma abordagem mais colaborativa em muitas situações. Isso pode resultar em um equilíbrio maior nas negociações, com mais foco em questões que historicamente têm sido negligenciadas. Com mais mulheres ocupando espaços de decisão, as pautas femininas ganham força, e isso pode impactar diretamente as políticas públicas e as prioridades do legislativo. 

 JC: Já conversou com as outras eleitas após o resultado? Pretendem atuar em conjunto?  

 MRC: Ainda não conversei com nenhuma colega eleita mas estou aberta ao diálogo com todas. Espero que as divergências ideológicas não impeçam nossa aproximação em prol da comunidade. Pretendo, sim, atuar em conjunto! Tudo dependerá de termos todas um olhar em conjunto com a finalidade de atenderem as demandas da população uruguaianense e não interesses próprios ou partidários. 

 JC: Como a senhora acha que será o enfrentamento com os seus pares de Câmara? Crê que o fato de ser mulher pode dificultar as articulações para os projetos que a cidade tanto precisa? 

 MRC: Mulheres ainda enfrentam barreiras como o machismo, preconceito e também a dificuldade de serem levadas a sério. Acontece sim, me aconteceu e não vou dar uma resposta romântica para isso! Mas não chega a ser uma preocupação para mim, pois se como suplente não nos silenciaram. não será desta vez, eleita. E confio que com mais mulheres eleitas, resistência e as barreiras tendem a diminuir. 

 JC: Qual a mensagem que a senhora deixa para as meninas, mulheres e pessoas que não gostam de política ou que não querem se envolver com política?  

 MRC: Minha mensagem para meninas e mulheres é que, mesmo que a política possa parecer distante ou desinteressante, ela impacta diretamente a vida de todas nós, seja nas oportunidades de trabalho, na educação, no direito à saúde, ou na segurança. Quando não nos envolvemos, permitimos que outras pessoas decidam por nós, muitas vezes sem considerar as nossas necessidades e realidades. 

Não é preciso ser candidata ou ter um cargo para estar envolvida em política. Estar informada, participar de debates e cobrar mudanças são formas de exercer poder. Então mulheres, levantem-se! Quanto mais mulheres ativas da forma que for, mais nossas vozes serão ouvidas. Vamos juntas! 

Stella Luzardo 

Conhecida por sua posição conservadora, Stella concorreu à prefeitura em 2020 e se elege agora, em 2024, para uma cadeira da Câmara Municipal. Ela é produtora rural, mãe e avó.  

JC: Por que a senhora acha que Uruguaiana está elegendo mais mulheres novamente? 

Stella Luzardo: Acredito que são vários os motivos que levaram ao aumento da composição do parlamento feminino em Uruguaiana. O principal é a obrigatoriedade de os partidos concorrerem com uma cota mínima de mulheres. Os partidos tiveram que se adequar e chamar mais mulheres para a política, somos maioria na população. 

JC: Para a senhora, qual a importância de ter tantas colegas na Câmara? Acha que isso pode influenciar nas articulações políticas? 

SL: A importância de ter mais três colegas na câmara, é saber que terei mais três aliadas na defesa dos nossos interesses, como mulheres mães, provedoras dos filhos, que lutamos por muito tempo para termos espaço merecido na política, pois somos a maioria da população. 

JC: Já conversou com as outras eleitas após o resultado? Pretendem atuar em conjunto? 

SL: Ainda não tive a oportunidade de conversar com as vereadoras eleitas. Pretendo que façamos a bancada feminina muito forte e atuante. 

JC: Como a senhora acha que será o enfrentamento com os seus pares de Câmara? Crê que o fato de ser mulher pode dificultar as articulações para os projetos que a cidade tanto precisa? 

SL: Minha vida inteira trabalhei com homens na minha profissão, com homens em meio aos movimentos sociais de classe. Confesso que tive, sim, algumas dificuldades em alguns momentos, mas foram superadas pela minha maneira de agir. Características da minha personalidade. 

JC: Qual a mensagem que a senhora deixa para as meninas, mulheres e pessoas que não gostam de política ou que não querem se envolver com política? 

SL: Muito falei durante minha campanha: é importante a participação, nossa omissão é a causa dos problemas que enfrentamos na ineficiência da representação política. A política determina o futuro das nossas crianças. 


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