URUGUAIANA JN PREVISÃO

Gasoduto

Uruguaiana está no projeto argentino a ser financiado pelo BNDES

Divulgação/JC imagem ilustrativa - fireção ilustrativa - Lula anunciou apoio financeiro ao projeto Néstor Kirchner, que aumentará a capacidade de exportação de gás argentino para o Brasil, passando por Uruguaiana.

Em sua visita ao presidente argentino, Alberto Fernández, em Buenos Aires, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou que o governo irá “criar as condições” para financiar o gasoduto Néstor Kirchner, na Argentina, por meio do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).  De acordo com o país vizinho, a construção trará ao país vizinho condições de fornecer gás mais barato ao Brasil. Neste processo de integração, Uruguaiana seria a porta de entrada.

Os argentinos precisam de um financiamento no valor de US$ 689 milhões para construir o segundo trecho do projeto, que ampliará o escoamento das reservas não-convencionais de Vaca Muerta, em Neuquén, próximo à província de Santa Fé.

Uma mão lava a outra...

“Se há interesse dos empresários [brasileiros e argentinos] e do governo, e temos um banco de desenvolvimento para isso, quero dizer que vamos criar as condições para fazer o financiamento que pudermos fazer, para ajudar no gasoduto argentino”, disse Lula, em pronunciamento conjunto com Fernández.

Lula também voltou a afirmar que a intensão do governo é de que o BNDES volte a ser um financiador de projetos de engenharia em países vizinhos.“É isso que países maiores têm que fazer com países com menores condições em determinados momentos históricos. De vez em quando, no Brasil, somos criticados por pura ignorância, por pessoas que acham que não pode haver financiamento para outros países. Eu acho que não só se pode, mas que é necessário que o Brasil ajude seus parceiros. É isso que vamos fazer, dentro das possibilidades econômicas do nosso país”, disse.

De acordo com o ministro da Economia da Argentina, Sergio Massa, uma comitiva do Banco de la Nación virá ao Brasil, no início de fevereiro, para tratar da integração energética, especialmente do segundo trecho do gasoduto Néstor Kirchner. Para ele, os dois países estão “diante de uma enorme oportunidade”. “O Brasil de ter acesso a gás mais barato do que hoje compra da Bolívia; e a Argentina de abrir um mercado com volumes que até agora só pode despachar para a Central Energética Uruguaiana ou para o Chile — nos períodos que não são de pico”, disse. Neste aspecto, o governo argentino também citou o declínio na produção da Bolívia, de quem atualmente o Brasil compra gás.

Massa disse que o primeiro trecho do gasoduto Néstor Kirchner está previsto para ser inaugurado no dia 20 de junho e que, entre março e abril, será licitado o segundo trecho (Salliqueló-San Jerónimo), que permite abastecer parte do litoral argentino e garantir gás para o norte do país.“Em paralelo há duas obras no projeto: o TGN [Transportadora de Gas del Norte] e uma obra de conexão do gasoduto Salliqueló-San Jerónimo até o gasoduto ao norte. Qual é o objetivo dessas obras? Basicamente começar a preparar o terreno para abastecer o Brasil de gás”, disse.

Gás Brasil x Argentina, passando por Uruguaiana

A reaproximação entre os dois vizinhos representa uma nova chance para sacramentar a integração entre os mercados de gás natural do Brasil e da Argentina, um projeto iniciado há mais de duas décadas, e que nunca foi concluído.

O projeto original é do final dos anos 1990 e previa a construção de um gasoduto de 615 km de extensão, ligando Porto Alegre a Uruguaiana, onde está instalada termelétrica Uruguaiana, da Âmbar Energia.

O empreendimento foi dividido em três trechos e, no início dos anos 2000, a Transportadora Sulbrasileira de Gás (TSB) tirou do papel os extremos: o trecho que conecta o Polo Petroquímico de Triunfo à Porto Alegre, onde termina o Gasoduto Bolívia-Brasil (Gasbol); e o trecho entre Uruguaiana e a malha da Transportadora de Gás del Mercosur (TGM), na Argentina.

O trecho final do projeto, que ligará Uruguaiana a Triunfo, permitindo conectar de fato o gás argentino à malha integrada de gasodutos do Brasil, nunca se viabilizou economicamente.

O projeto foi deixado de lado com o declínio da produção argentina, a partir de meados dos anos 2000. As novas perspectivas da indústria argentina de gás, capitaneada pelo aumento da produção de gás não convencional da formação de Vaca Muerta, reacenderam o plano de integração entre os dois países.

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