Covid-19
Anvisa aprova uso emergencial de tratamento com anticorpos
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Por unanimidade, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou nesta quinta-feira, 13/5, um pedido de uso emergencial de um novo medicamento com anticorpos para pacientes com diagnóstico de covid-19, desenvolvido pela empresa Eli Lilly. O tratamento é uma combinação dos medicamentos biológicos banlanivimabe e etesevimabe, que foram desenvolvidos pela farmacêutica para serem testados contra a doença.
O banlanivimabe e o etesevimabe são anticorpos monoclonais, produzidos artificialmente a partir de clones de uma única célula (daí o termo "monoclonal", ou "um clone"). Esses anticorpos se conectam a uma única região de moléculas estranhas ao organismo para então neutralizá-la. "São anticorpos que seguem a mesma prerrogativa: a de terem por objetivo neutralizar o vírus antes de ele se replicar", explica Gustavo Mendes, gerente-geral de medicamentos e produtos biológicos da agência.
Esse é o terceiro tratamento contra a covid aprovado pela Anvisa. Os anteriores foram o Remdesivir e o Regen-cov, também uma associação de anticorpos monoclonais.
Segundo a agência, o novo tratamento é indicado para pacientes adultos e crianças com diagnóstico confirmado de covid e que não precisam de oxigênio - ou seja, em casos leves ou moderados -, mas que possuem alto risco de desenvolver quadros graves da doença.
Estão nesse grupo pacientes com mais de 65 anos, com obesidade e que tenham outras doenças preexistentes (as chamadas comorbidades), como doença renal crônica, diabetes ou doença imunossupressora, entre outras - a lista varia conforme a faixa etária.
O medicamento não é indicado para pacientes já hospitalizados e em situação grave. Nestes casos, o estudo mostrou que o tratamento pode piorar desfechos clínicos. Mendes diz que "o tratamento deve ser iniciado assim que houver teste positivo". Por ser administrado por meio de infusão intravenosa, o uso é restrito a hospitais, não havendo a possibilidade de venda em farmácias para uso em casa.
Ainda de acordo com o gerente, análise de estudos apresentados mostrou redução de 70% de hospitalização e mortes em comparação a pacientes que receberam placebo. Com base nestes dados, avaliação feita pela equipe técnica recomendou a aprovação do pedido de uso emergencial.
Mendes frisa, no entanto, que mais dados ainda são necessários, já que estudos ainda estão em andamento e há limitação de informações sobre a eficácia do tratamento para algumas variantes do coronavírus, como a P1, identificada no início deste ano em Manaus e hoje já encontrada em diferentes Estados.
Diante disso, a orientação é que, mesmo após a aprovação, os estudos sejam mantidos e que haja monitoramento das informações de eficácia para essas variantes, além de acompanhamento dos pacientes.
Além da área de medicamentos da Anvisa, a recomendação favorável ao uso emergencial também foi apresentada por outras duas áreas técnicas, que acompanham dados de boas práticas de fabricação e monitoramento de riscos.
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