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Lais Abreu
A incrível habilidade de ser canhota
Vira e mexe isso se torna assunto. Há alguns estudos. E nós somos um número significativo na sociedade. Falam sobre nosso suposto lado mais inteligente, criativo e artístico. Dizem que escutamos de forma diferente. Que somos melhores no esporte. Que ficamos irritados e envergonhados mais facilmente. Mas, ninguém fala sobre os desastres de ser canhoto num mundo feito para destros.
Quinta feira passada (13/08), foi o dia do Canhoto. Segundo os estudos que sempre são feitos, as explicações para essa facilidade com a mão esquerda são a genética, hormônios na gestação ou criação. Os canhotos compõe 10% da população, mas apesar dessa parcela considerável, não é difícil pensar em aparelhos, utensílios domésticos e objetos que só se usam com a mão direita.
Ser canhoto é escrever uma frase a mão e já sentir a marca da caneta na pele.
Ser canhoto é entrar em uma sala de aula e ficar procurando por uma carteira que te favoreça.
Ser canhoto é pedir para alguém abrir latas para você.
Ser canhoto é olhar para tesouras e sentir pesadelo.
Ser canhoto é esbarrar a mão no espiral do caderno.
E sair todo marcado no final da escrita.
Ser canhoto é ouvir a piadinha se ''está fazendo direito?''
É aprender a usar o mouse com a mão direita.
E abrir a torneiras com a direita também.
Fingimos sempre estar tudo bem. Levamos na brincadeira. Fingimos não criar expectativas de dar certo. Mas a realidade é que a gente sempre tenta: compra lata de leite condensado mesmo sem saber abrir, tenta fazer um recorte com a tesoura, mesmo com a mão desencaixada. Mas no final, dá sempre errado. Já sabíamos que seria assim, mas a gente insiste. Vai que dessa vez dá certo. Vai que o mundo tá ao meu favor hoje. Mas não. E voltamos para nossa posição tradicional: damos risadas, ouvimos as piadinhas e deixamos que façam por nós.
Aguardamos pelo dia que lancem um abridor para a mão esquerda. Uma sala com mais de 5 carteiras para canhotos. Uma tesoura que encaixe perfeitamente na nossa mão. E quem sabe um caderno com o espiral do outro lado? Seria um sonho? Talvez sim. Mas já tá na hora do mercado lembrar dessa incrível e linda parte da sociedade. Nós também somos direitos viu?
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