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Lais Abreu
Quando foi a ultima vez que você fez algo pela primeira vez?
Uma vez li esta frase: ''A vida começa no fim da sua zona de conforto''. Lembro-me bem o quanto aquilo mexeu comigo. Conforto é associado a cama, edredom branquinho e limpo, vendo algo bom na TV. E é engraçado o quanto estamos sempre arrumando desculpas para esconder nossa falta de coragem de sair disso. E aí, eu te pergunto: quando foi a última vez que você fez algo pela primeira vez? Quanto tempo você já perdeu?
As desculpas são sempre as mesmas: falta tempo, deixa pra amanhã, não vou conseguir. E, na verdade, a maioria dessas frases esconde por trás o medo e a insegurança. A vida realmente é cheia de nãos, de receios, de riscos, e enfrentar isso requer coragem. Sair da sua zona de conforto não é necessariamente sobre os grandes projetos. É simplesmente sobre um livro que não leu, a mesma comida todo dia, os mesmos programas de TV. A zona de conforto são seus hábitos diários, sejam eles bons ou ruins, mas que nunca são alterados.
A vida é uma só e passa voando, quando a gente percebe o que passou foram chances, hipóteses e riscos que não foram corridos. Se não fizermos mais do que somos capazes de fazer, a vida será sempre igual. Se a gente não se desafiar, criar metas e tentar mudanças, acabamos não vivendo, apenas existindo.
Em muitos momentos eu já me senti incapaz, com pouca chance de adaptação, foi assim com essa coluna, foi assim ao mudar minha alimentação, nos vestibulares, quando mudei de cidade e fui morar sozinha, quando operei o coração, quando voltei pra casa dos meus pais, mas, apesar de muitas vezes meu cérebro me subestimar, ele também me forçava a acreditar. E é assim que tem que ser.
Temos que pegar nossos maiores desafios e rir deles. Temos que sentir frio na barriga. Começar um livro e terminá-lo. Temos que pedir desculpas por um erro lá de trás. Temos que fazer nossos projetos tomarem forma. Comprar aquilo que sempre desejamos, mas tivemos medo do que iam dizer. Mudar o cabelo.
A gente tem que fazer o que tem que ser feito e que muitas vezes fica escondido lá no fundo. Mas quando fazemos, não há sensação melhor, e mesmo quando não conseguimos, pelo menos temos ali a certeza de que tentamos. Porque saímos daquilo que era previsível. A vida tá gritando lá fora e não querer escutá-la é uma escolha, até aconchegante. E isso é o perigoso.
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