Nesta segunda-feira, 30/6, o Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) divulgou os dados do mês de maio do Novo Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged). Segundo o levantamento, Uruguaiana gerou 880 vagas formais, um crescimento de 9% em relação a maio de 2024, em que foram abertas 807 vagas. 

O setor que mais contratou em maio foi o comércio, com 388 novas admissões. Em seguida, vieram os serviços, com 274 contratações; e a agropecuária, com 150. No entanto, apesar das admissões, a agropecuária teve saldo negativo, pois registrou 238 demissões no mesmo período. O mesmo aconteceu com os setores da construção civil e da indústria: na construção, foram 41 contratações contra 74 desligamentos; e na indústria, 27 admissões frente a 53 demissões. 

Mesmo com o crescimento, Uruguaiana segue no montante geral demitindo mais do que contratando. Com relação ao mês de abril de 2025, foram 835 admissões e 1 055 desligamentos. Este mês, os desligamentos caíram para 912. A redução também se afere na comparação com maio do ano passado, que registrou 968 demissões. 

O ministro do Trabalho, Luiz Marinho, voltou a criticar a alta na taxa básica de juros, em entrevista para comentar os dados do Novo Caged, hoje em 15% ao ano. Na avaliação de Marinho, o juro caro vem impactando o crescimento do mercado de trabalho. “Somos escravos do juro alto, que atrapalha um pouquinho. Se não estivesse nesse patamar, poderíamos estar crescendo um pouco mais”, disse. 

Cenário estadual e nacional 

No cenário nacional, o Brasil abriu 149 mil vagas formais de trabalho, 7% a mais do que no mesmo período do ano passado, quando foram criados cerca de 139,5 mil empregos com carteira assinada. O setor que mais cresceu foi o de serviços, com 70 mil postos criados, seguido por comércio (23 mil), indústria (21 mil), agropecuária (17 mil) e construção (16 mil). 

Em maio, 26 das 27 unidades da federação registraram um saldo positivo, com destaque para São Paulo (33 mil), Minas Gerais (20 mil) e Rio de Janeiro (13 mil). O único estado com saldo negativo foi o Rio Grande do Sul, com 132 mil demissões. 

Novo Caged 

O Novo Caged é uma ferramenta do governo federal que substituiu o antigo sistema de controle de movimentações trabalhistas no país. Agora integrado ao eSocial, ele permite que empresas informem admissões e demissões de trabalhadores com carteira assinada de forma mais ágil e centralizada, eliminando a necessidade de envio separado pelo programa tradicional do Caged, desativado desde janeiro de 2020. 

A principal mudança trazida pela nova versão está na obrigatoriedade do envio das informações diretamente pelo sistema do eSocial. As admissões devem ser registradas antes do início das atividades do trabalhador, por meio dos eventos S-2200 ou S-2190. Já os desligamentos precisam ser informados até dez dias após a rescisão do contrato. O modelo também exige que empregadores do Simples Nacional, microempreendedores individuais (MEIs) com funcionários e até empregadores domésticos cumpram as mesmas regras. 

Além de simplificar o processo de envio de dados, o Novo Caged também cumpre um papel estratégico na produção de estatísticas oficiais sobre o mercado de trabalho formal. Essas informações são essenciais para que o governo acompanhe o comportamento da economia, avalie políticas públicas e desenvolva ações voltadas à geração de emprego e renda em todo o país. 

Com a centralização dos dados no eSocial, o sistema trouxe benefícios significativos tanto para o setor público quanto para as empresas. Entre eles, destacam-se a redução de obrigações acessórias, a eliminação do retrabalho e a maior precisão na consolidação de dados trabalhistas. Isso contribui para um cenário mais transparente e eficiente na administração das relações de trabalho no Brasil.