URUGUAIANA JN PREVISÃO

Ricardo Peró Job

Luzes & Sombras

Irresponsabilidade 

O presidente Jair Bolsonaro, diante da crise econômica gerada pela chamada "Era Lula", seguida de seu agravamento diante do surgimento do surto de corona vírus, havia vetado uma medida (embutida dentro do socorro governamental durante a pandemia) que permitia reajustes salariais para algumas categorias do funcionalismo público até o final de 2021. Esta semana, irresponsavelmente (ano eleitoral é assim no Brasil), o Senado patrocinou a derrubada do veto, comprometendo a economia de até R$ 132 bi. A medida dos senadores poderá afetar a ajuda financeira (coronavaucher) para quem realmente precisa. 

Imbecilidade ativa

Sara Giromini, vulga Sara Winter, chamada pela grande imprensa de "ativista" na época em que militava como feminista (agora de "extremista" diante de sua conversão ao chamado bolsonarismo raiz), foi denunciada pelo Ministério Público do Espírito Santo. Segundo o MP, a moçoila "teve acesso, de forma ilegal, a detalhes do caso de uma criança vítima de violência sexual que corre em segredo de justiça". No domingo que passou, "Winter" divulgou nas redes sociais o nome da menina violentada e pelo tio, assim como o hospital onde iria passar pelo procedimento de interrupção da gravidez. O ato juntou um bando de fanáticos religiosos em frente ao local, gerando confusão, ofensas e ameaças aos médicos responsáveis pela intervenção. O aborto era legal, pois fora autorizado pelo Tribunal de Justiça do Espírito Santo e, segundo o Conselho Tutelar e psicólogos, era desejo da criança, que chorava e gritava diante da possibilidade da maternidade. Considerada uma "influenciadora de redes sociais de "alta periculosidade" pelo STF, na verdade, Sara não passa de uma moça visivelmente perturbada e de poucas luzes. 

Imbecilidade ativa II

Aliás, nossa heroína tantã não foi a única a se manifestar de maneira estúpida sobre o tema. O arcebispo da diocese mexicana de Tuxtla Gutiérrez, Chiapas, Fabio Martínez Castilla, afirmou que, "qualitativamente é muito mais grave que uma mulher aborte do que um padre abuse sexualmente de um menor". As declarações foram feitas ao jornal local Noticias voz e imagen de Chiapas. Pelo visto, Fabinho é pelo menos defensor (se não for praticante) das monstruosidades que alguns coleguinhas seus fizeram e continuam a fazer em milhares de crianças mundo afora. 

Imbecilidade ativa III

Também a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) publicou um artigo no qual o bispo de Rio Grande, RS, condenou a interrupção de gestação da menina que foi estuprada no Espírito Santo. Entre outras sandices, dom Ricardo Hoepers, presidente da Comissão Episcopal Pastoral para a Vida e a Família da CNBB chamou o aborto legal de "crime hediondo". "Por que não foi permitido esse bebê viver? Que erro ele cometeu? Qual foi seu crime? Por que uma condenação tão rápida, sem um processo justo e fora da legalidade? Por que o desprezo a tantas outras possibilidades de possíveis soluções em prol da vida? Foram muitos os envolvidos, mas o silêncio e omissão dos órgãos institucionais que têm a prerrogativa de defender a vida, se entregaram às manobras de quem defende a morte de inocentes, disse o bispo. Já o presidente da CNBB, arcebispo dom Walmor, afirmou que a interrupção legal da gravidez feita na criança foi um "crime hediondo". Os príncipes da Igreja nada falaram sobre o monstro que estuprou e engravidou a própria sobrinha. Os aiatolás, os líderes do Isis e do Taliban devem ter a mesma opinião. 

Rede & STF

O amor é lindo! A Rede, partidéco quase sem representação no Congresso (só possui um deputado e um senador) e com escassa quantidade de votos, através de ações no STF, tem conseguido criar uma série embaraços ao governo Bolsonaro. Já emplacou oito ações no STF, a maioria delas, cancelando atos presidenciais e prerrogativas inerentes ao chefe do Executivo. Anula medidas provisórias, cancela nomeações e até mesmo anula decisões legislativas, ou seja, governa sem votos, pois suas ações são sempre acatadas pela Suprema Corte. O carinho do poderoso, onipotente, controlador e inimputável STF pelo pequeno partido, ao que parece, não têm limites. Juntos, através destas judicializações, somadas a interpretações distorcidas da Constituição e censura, governam o país.

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