URUGUAIANA JN PREVISÃO

Anvisa reavalia glifosato e descarta risco de câncer pelo consumo de alimentos

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) reavaliou o risco do glifosato e concluiu que não causa mutações no DNA, no código genético humano (não mutagênico), nem nos embriões ou fetos (teratogênico), não é cancerígeno (carcinogênico) e não é desregulador endócrino (não afeta o sistema hormonal), não afetando a reprodução.

A Anvisa alertou, entretanto, que os trabalhadores que atuam em lavouras precisam ter cuidados especiais. Para isso, são importantes o uso de Equipamentos de Proteção Individual (traje/equipamentos especiais para a aplicação do produto nas lavouras), além do controle para evitar dispersão (deriva) do produto quer seja aérea, terrestre ou na água.

A Anvisa utilizou estudos sobre os efeitos do glifosato realizados no Canadá, Estados Unidos e Europa. Também foram analisados dados do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan), que mostraram o perfil de intoxicações por glifosato no Brasil. Os dados do monitoramento de água para consumo humano no Brasil produzidos entre 2014 e 2016 também foram incluídos para ser conhecido o risco do glifosato aos seres humanos. Foram analisadas 22.704 amostras de água e em apenas 0,03% dos casos havia presença de glifosato em nível acima do limite permitido.

A Reavaliação foi iniciada em 2008, tem cerca de 400 páginas e utilizou dados nacionais sobre agrotóxicos. Entre as informações analisadas estão os números sobre a existência de resíduos destes produtos, feitos em 906 amostras de arroz, manga e uva.

A Anvisa decidiu abrir consulta pública, com prazo de 90 dias, para recebimento de sugestões à nova regulamentação de uso do glifosato no país. E já inicia com propostas de proibição de formulações do tipo EW (emulsão óleo em água) para reduzir possibilidade de inalação e absorção pela pele; rodízio de trabalhadores nas atividades de aplicação com trator (mistura, abastecimento e aplicação); equipamento de proteção individual (EPI) e carência para reentrada do trabalhador em áreas tratadas; adoção de tecnologia para redução da dispersão; faixa de segurança de 10 metros na lavoura quando houver povoações a 500 metros de distância; definição do limite de exposição e tolerância para o trabalhador rural.

O glifosato é o produto (ingrediente ativo) mais utilizado no Brasil para a eliminação de ervas daninhas, sendo usado nas lavouras de soja, milho, algodão, arroz, feijão, café, banana, cacau, cana-de-açúcar, citros, coco, fumo, maçã, mamão, nectarina, pastagem, pêra, pêssego, ameixa, seringueira, trigo, uva e nas florestas de eucalipto e pinus.

Rússia

Segundo a ministra da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Tereza Cristina, a presença alegada de glifosato em carga de soja exportada à Rússia se deveu ao fato dos russos exigirem uma dosagem muito menor na soja - 0,15 parte por milhão (PPM) - do que a determinada pelo Codex Alimentarius (código alimentar internacional) que é de 20 PPM. "O Brasil usa 10 PPM, portanto está absolutamente dentro do que o Codex prevê".

Todas as amostras de soja que foram retiradas e que o Ministério mandou à Rússia provaram que havia muito menor quantidade de glifosato do que as fixadas pelas normas internacionais. Enfim, esse assunto está resolvido", garante a ministra. Tereza Cristina afirmou ainda que "o produto cultivado pelo agricultor brasileiro, atestado pelos Ministérios da Agricultura e do Meio Ambiente e Anvisa e colocado à mesa dos consumidores é absolutamente seguro".

O coordenador geral de Agrotóxicos e Afins do Ministério, Carlos Ramos Venancio, informa que nenhum país do mundo proíbe o uso do glifosato. Além disso, não existe substituto para ele e os demais produtos usados para combater as pragas são mais tóxicos e o preço do glifosato é mais acessível com a oferta de genéricos.

Cerimônia marca posse da nova diretoria da Farsul Anterior

Cerimônia marca posse da nova diretoria da Farsul

Próximo

Fórum Mercadológico discute lavoura orizícola na Abertura Oficial da Colheita

Deixe seu comentário