Os escritórios municipais da Emater/RS-Ascar já estão preparados para oferecer orientações e desenvolver projetos técnicos e de crédito voltados ao Plano Safra 2025/2026. Os aportes financeiros foram anunciados pelo governo federal nos dias 30 de junho e 1º de julho, com previsão de expansão do crédito rural, juros reais negativos para a produção de alimentos e aquisição de máquinas, além da criação de novas linhas para irrigação sustentável, quintais produtivos voltados às mulheres do campo, apoio a cooperativas e estímulo à transição agroecológica. 

Em 2024, a Emater/RS-Ascar apresentou às instituições financeiras 32.098 propostas de custeio e investimento, beneficiando 26.301 famílias e mobilizando recursos da ordem de R$ 2,1 bilhões. Segundo o coordenador estadual de crédito rural, Célio Colle, a expectativa para o novo ciclo é atender um número ainda maior de famílias de forma segura, por meio do chamado “crédito assistido”. 

Para o ciclo 2025/2026, o Plano Safra da Agricultura Familiar contará com um volume total de R$ 89 bilhões para políticas de crédito rural, compras institucionais, seguros agrícolas, assistência técnica, garantia de preços mínimos, entre outros instrumentos. Os produtores de médio porte terão acesso a R$ 69,1 bilhões, enquanto os grandes produtores poderão contar com mais de R$ 447 bilhões, totalizando R$ 605,1 bilhões em recursos. 

O Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf), que completa 30 anos em 2025, terá um orçamento recorde de R$ 78,2 bilhões destinados ao custeio e ao investimento. Outros R$ 10,8 bilhões serão direcionados ao Proagro Mais, Garantia-Safra, PGPM-Bio, Assistência Técnica, Compras Públicas e ao Programa EcoForte, com o propósito de assegurar alimentos acessíveis à população. 

Outro destaque importante é a sanção do decreto que institui o Programa Nacional de Redução de Agrotóxicos (Pronara), voltado ao incentivo de práticas agrícolas mais sustentáveis, seguras e saudáveis. A iniciativa contempla ações integradas como pesquisas científicas, controle de resíduos de agrotóxicos em alimentos e no meio ambiente, fortalecimento da Assistência Técnica e Extensão Rural e Social (Aters) e ampliação do uso de bioinsumos. 

Também merece atenção o Programa de Financiamento a Sistemas Agropecuários Sustentáveis (RenovAgro), antigo Programa ABC, que tem como foco a recuperação de áreas de pastagem degradadas, o fomento à produção orgânica, adoção do plantio direto na palha, integração entre agricultura, pecuária e florestas, implantação de sistemas agroflorestais, uso de bioinsumos e adoção de práticas conservacionistas, todas alinhadas com os objetivos do Programa ABC+ de mitigação das mudanças climáticas. 

No que diz respeito ao crédito rural, foram mantidas as taxas de juros reduzidas para produção de alimentos no Pronaf Custeio, variando entre 2% e 3%, conforme a linha de financiamento. Para compra de máquinas e implementos agrícolas, os juros vão de 2,5% a 8%, dependendo da faixa de renda da família e da modalidade de investimento escolhida.