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Gestão de crise

UFSM publica orientações sobre ataques a escolas

imagem ilustrativa - fireção ilustrativa - Artigo traz norteadores para imprensa, influenciadores digitais, famílias e poder público.

O Observatório da Comunicação de Crise (OBCC) do campus de Frederico Westphalen da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM) publicou na quinta-feira, 19/4, um artigo com orientações para gestão de crise no contexto de ataques a escolas. Ao todo, são 40 diretrizes voltadas para escolas, imprensa, poder público, famílias e sociedade em geral. A publicação intitulada “Gestão de crise no contexto de ataques a escolas: uma lição de casa multissetorial, multidisciplinar e integrada” está disponível no portal do Observatório.

O artigo, de autoria de Jones Machado, professor de Relações Públicas da UFSM e coordenador do OBCC, ressalta a importância de não trabalhar a comunicação apenas em eventos críticos, mas, de forma integral, o que permite mapear sinais e evitar crises. A prática da gestão de riscos, pouco difundida no Brasil, traz respostas mais rápidas e eficazes, além de agir de forma preventiva. Para isso, é preciso um trabalho coletivo e conjunto de diferentes segmentos da sociedade.

Veja abaixo as orientações sugeridas no trabalho.

Pais, tutores e/ou responsáveis: observar comportamento de isolamento e/ou de agressividade; monitorar sites, redes sociais, aplicativos e jogos online que os filhos acessam; não compartilhar boatos sobre possíveis ataques; revisar materiais escolares dos filhos diariamente; conversar com os filhos sobre temas (religião, raça, gênero, sexualidade, etc.) comumente presentes em práticas de discriminação, intolerância e bullying (homofobia, misoginia, xenofobia, racismo, transfobia, machismo, gordofobia, etc.); observar o interesse por armas e explosivos, casos de massacres e/ou idolatria a figuras violentas; monitorar a qualidade da saúde mental dos filhos e, se necessário, buscar ajuda especializada; em caso de conhecimento de suspeitas de ataque, contatar a escola, a polícia ou denunciar em canais oficiais.

Escolas, creches e secretarias de Educação: identificar e tomar medidas em casos de bullying; identificar e tomar medidas em conflitos entre estudantes ou entre estudantes e professores; não compartilhar boatos sobre possíveis ataques; desenvolver atividades para a educação midiática e “alfabetização digital”; manter equipe multidisciplinar para monitorar e auxiliar na saúde mental dos estudantes; ter ações de acolhimento e escuta ativa; identificar estudantes com comportamento violento e monitorar; prevenir a violência por meio de atividades educativas; realizar treinamento e capacitações para situações de emergência e de primeiros socorros para estudantes e professores; desenvolver e divulgar para a equipe da escola/creche um plano de emergência contendo mapa de riscos, protocolos de ação, sistemas de alerta e de resposta;  ter porta-voz preparado para a comunicação com pais e imprensa; em caso de suspeita/ameaça de ataque, contatar a polícia.

 

Imprensa e influenciadores digitais: evitar compartilhar boatos ou tentativas de ataques a fim de não promover medo e pânico; evitar divulgar nome e foto dos envolvidos em ataques para não contribuir com o “efeito-contágio”; evitar divulgar nome e foto de vítimas, principalmente se forem crianças; evitar divulgar os casos de ataques de forma sensacionalista ou espetaculosa; evitar descrever as táticas e estratégias das forças de segurança; levar em conta o impacto das informações sobre a dignidade e a segurança das pessoas; buscar desconstruir rumores, discursos de ódio e teorias conspiratórias;  divulgar informações de utilidade pública e didáticas, no sentido de auxiliar na prevenção, na mitigação de danos e da perda de vidas.

Executivo, Legislativo e Judiciário: manter canal de denúncias específico permanentemente aberto, a exemplo do recém-criado escola segura; propor políticas públicas voltadas ao desarmamento; empreender a regulação de aplicativos de mensagens, mídias sociais digitais e sites de redes sociais digitais; propor políticas públicas relativas à cultura de paz e contra o discurso de ódio; exigir das big techs (twitter, tiktok, whatsapp, facebook, discord, telegram, etc.) a remoção de conteúdo que faça menção à violência contra escolas, estudantes e professores e/ou incentive ataques; identificar e responsabilizar pessoas que postam mensagens e imagens de ameaças a escolas ou de incentivo a ataques; exigir das big techs a reprovação de conteúdos nazistas, fascistas, homofóbicos, transfóbicos e racistas, proibindo sua publicação e impulsionamento pago; aplicar as leis existentes e propor novas leis que deem conta da complexidade do tema.

Sociedade em geral: não espalhar boatos sobre ataques a fim de evitar medo e pânico; denunciar suspeitas em canais oficiais dos governos e para a polícia; denunciar o compartilhamento de fake news às plataformas em que foram publicadas; não compartilhar imagens e nomes de quem comete massacres; não clicar ou compartilhar links contendo imagens de algum ataque.

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