Na noite desta quarta-feira, 23/4, foi realizada mais uma edição da tradicional Procissão de São Jorge. O cortejo, que teve início às 20h na sede da Brigada Militar, percorreu as ruas centrais da cidade, passando por importantes avenidas até chegar ao ponto final, no Reino de Ogum Beira Mar, na Rua General Vitorino, 2941. 

A caminhada, repleta de devoção, foi marcada por uma emocionante sessão de umbanda na casa de Mãe Lurdes, onde a imagem de São Jorge foi recepcionada. O ritual seguiu com orações pelas bênçãos de Pai Ogum e São Jorge, direcionadas aos participantes e à humanidade, refletindo o sincretismo religioso que une os devotos em Uruguaiana. A peregrinação teve início 70 dias antes, simbolizando a força da fé comunitária. 

A procissão reuniu centenas de pessoas, além de autoridades como o Comando Regional e Local da Brigada Militar, os Clarinhos do Exército, representantes do Exército Brasileiro, o secretário de Segurança e Trânsito, José Clemente Da Silva Correa, e membros da Prefeitura de Uruguaiana. A Coordenadoria de Políticas de Igualdade Racial (Copir) também esteve presente, destacando o apoio à promoção da igualdade racial e à valorização das manifestações culturais afro-brasileiras. 

Jorge Quirino, coordenador da Copir, destacou a força da tradição: "A cada ano, a caminhada se fortalece, e ver tanta gente envolvida, com a presença das autoridades e das instituições, mostra que nossa tradição e o sincretismo religioso estão vivos e fortes. Agradeço a todos que participaram e a todos que tornaram este evento possível." 

A organização da procissão foi realizada pela Associação de Povos de Religiões de Matriz Africana do Brasil (Apobras), com apoio logístico da Aruanda Produções. 

Ogum 

Em 16/11/2023, o Rio Grande do Sul sancionou a Lei nº 16 035, proposta pelo deputado Pepe Vargas, que declara o Orixá Ogum como Patrono Espiritual das religiões afro-brasileiras no estado. A lei reconhece Ogum como símbolo de coragem, trabalho, tecnologia e força, conectando esses valores à cultura gaúcha. O objetivo é fortalecer a liberdade religiosa, promover a diversidade e a tolerância religiosa, além de preservar a cultura afro-brasileira, elemento essencial da identidade do estado. A aprovação da lei representa um passo significativo na valorização das religiões de matriz africana no Rio Grande do Sul.