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Guerra Do Paraguai

Há 160 anos, Uruguaiana era retomada das mãos paraguaias

imagem ilustrativa.

Há 160 anos, Uruguaiana, que estava em mãos paraguaias, comandadas pelo presidente Francisco Solano López, era retomada pelo Exército Aliado. O ato de rendição das tropas paraguaias diante das forças armadas da Tríplice Aliança, formadas pelos Exércitos Brasileiro, Argentino e Uruguaio, significou o fracasso dos planos de ofensiva de Solano López, impactando a Guarra do Paraguai e se tornando um capítulo importantíssimo da história do Brasil. Na ocasião, estavam à frente dos Exércitos dos três países Dom Pedro II (Brasil), Venâncio Flores (Uruguai) e Bartolomé Mitre (Argentina). 

A histórica data, neste ano, não será celebrada com a tradicional cerimônia na Avenida Presidente Vargas, mas merece ser revisitada. 

A retomada de Uruguaiana foi o capítulo final do “Cerco de Uruguaiana”, que ocorreu entre 16 de julho e 18 de setembro de 1865, resultado da ofensiva paraguaia no Rio Grande do Sul, logo após a invasão paraguaia de Corrientes, na segunda fase da Guerra do Paraguai. 

O exército paraguaio, impedido de continuar seu avanço em direção ao interior do Império do Brasil, foi cercado em Uruguaiana e, diante de crise interna, fome e outras privações, se rendeu às tropas comandadas pelo imperador Dom Pedro II e os presidentes Venâncio Flores e Bartolomé Mitre, na tarde do dia 18 de setembro, pouco antes de serem atacadas pelas forças militares da Tríplice Aliança 

A invasão 

Ao decidir atacar o Brasil, Solano López invadiu a província de Mato Grosso, mas esse sucesso não teve maiores consequências, já que o resto do país não poderia ser ataca-do dessa posição. Ele então mudou sua estratégia e optou por atacar o sul do território brasileiro, e daqui avançar para o Uruguai. 

López chegou a pediu permissão ao presidente argentino, Bartolomé Mitre para que su-as tropas pudessem atravessar a província de Corrientes em direção ao rio Uruguai, mas Mitre negou. Em resposta, López declarou guerra à Argentina. 

O exército paraguaio acabou ocupando a cidade de Corrientes e de lá avançou ao longo do rio Paraná, atravessou a província de Corrientes.  

A invasão levou à assinatura do Tratado da Tríplice Aliança, entre o Império do Brasil, Argentina e Uruguai. Este estipulou que o comando militar cairia sobre o presidente da Argentina Bartolomé Mitre. Também foi estabelecida uma divisão uruguaia, sob o co-mando do próprio presidente do Uruguai, Venancio Flores, e uma brasileira, comandada por Manuel Marques de Sousa. 

Em 9 de maio, o tenente-coronel paraguaio Antonio de la Cruz Estigarribia ocupou Santo Tomé. Ele então divide suas tropas: uma pequena guarnição fica naquela cidade; o major Pedro Duarte, com três mil homens, vai para o sul, na margem direita do rio Uruguai; e ele próprio, na frente de cerca de 6,5 mil homens, atravessa o rio e ocupa São Borja, e algumas semanas mais tarde, Itaqui. Com exceção de dois pequenos conflitos entre as forças de cavalaria, os brasileiros não resistiam ao avanço de Estigarribia. 

Em 2 de agosto, Duarte ocupou Paso de los Libres, e três dias depois Estigarribia ocupou Uruguaiana, com ordens para continuar o caminho para o leste e tomar Alegrete. No entanto, parou para esperar reforço. Quando soube que essas forças não viriam em seu auxílio, pediu a López repetidamente para que lhe enviasse ajuda, mas López nunca atendeu o pedido. 

O cerco 

Forças brasileiras, comandas pelo general David Canabarro se aproximaram de Uru-guaiana, mas, sem forças suficientes de infantaria, se instalaram à distância e fecharam todas as suas comunicações, os privando de alimentação. 

Em 16 de julho, as forças de Canabarro haviam iniciado o cerco de Uruguaiana, mas não poderiam operar contra as forças sitiadas. Se juntou a ele as tropas de Manuel Marques de Sousa, e após a vitória na Batalha de Jataí, mais forças aliadas cruzaram o rio Uruguai e se juntaram ao cerco. Em 19 de agosto, o general Flores enviou uma liminar pa-ra Estigarribia se entregar, na qual disse que desde que ele não tinha nenhuma chance de sucesso, que era melhor evitar um derramamento de sangue. Também alegou que “Os Aliados não fizeram guerra contra o Paraguai, mas o tirano López que os governa e os trata como escravos; o nosso propósito é dar-lhes a liberdade e as instituições, dan-do-lhes um governo por livre escolha”. Estigarribia rejeita a proposta. Outras tentativas vieram, mas não houve rendição.  

Diante da fome, com soldados enfraquecidos e doenças lhe custando vidas diariamente, Estigarribia libera toda a população civil em 11 de setembro. Enquanto isso, seu número havia sido reduzido para apenas 5,5 mil homens, a maioria deles doentes. 

Nesse mesmo dia, o Imperador Pedro II chega ao acampamento da Tríplice Aliança e se reúne com os aliados e presidentes, Mitre e Flores. Pedro II colocou o comando de suas tropas a seus dois genros, Luís Augusto de Saxe-Coburgo-Gota, e Gastão de Orléans, Conde d'Eu. 

As forças aliadas tinham naquele momento 17 346 combatentes, dos quais 12 393 bra-sileiros, 3 802 argentinos e 1 220 uruguaios, com 54 canhões.  

Rendição 

Em 13 de setembro ocorreu o Conselho de Guerra entre os comandantes, durante o qual o Mitre decidiu um ataque a cidade no dia 18. 

Na manhã do dia 18, enquanto o exército aliado estava assumindo as posições para um ataque, Manuel Marques de Sousa enviou uma intimação final a Estigarribia, que concorda em se render, citando apenas as condições que os oficiais superiores que poderiam retornar ao Paraguai ou se retirar para onde eles quisessem. Também é necessário que os soldados e oficiais uruguaios que estavam em suas fileiras não fossem entregues a Flores, temendo que eles sejam executados. Suas condições foram aceitas e as forças paraguaias se renderam aos sitiantes naquela tarde. 

Os rendidos 

Horas antes da rendição formal do exército sitiado, os soldados de cavalaria riograndense capturaram alguns soldados; escolheram os mais jovens muitos desses capturados foram levados para o acampamento; os jovens estavam felizes por estarem livres e comendo. Enquanto algumas fontes citam 300 prisioneiros capturados nessas condições, outras afirmam que foram mais de mil homens. 

Os soldados que se renderam estavam descalços e desnutridos, muitos deles tão fracos que morreram nos dias seguintes. Os sobreviventes foram alimentados e divididos em partes iguais entre o Império do Basil, Argentina e Uruguai, a serem incorporados nas forças de infantaria desses países. A grande maioria se juntou voluntariamente e foram adicionados à divisão paraguaia do exército aliado, para lutar contra o seu país por liberdade do resto de seu povo. 

No total, foram levados 5 574 prisioneiros: 59 oficiais, 3 860 de infantaria, 1 390 de cavalaria, 115 de artilharia e 150 auxiliares. 

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