Pacientes oncológicos que realizam tratamento de radioterapia no Hospital Santa Casa de Uruguaiana estão desassistidos por conta de problemas técnicos no acelerador linear, equipamento responsável pela emissão da radiação utilizada no tratamento.

Pacientes do serviço e familiares reclamam que a interrupção do tratamento ocorreu a cerca de 15 dias e que não receberam nenhuma informação de quando a situação será solucionada.

“Minha mãe faz radioterapia e é um tratamento diário. Cada dia perdido é um atraso na recuperação. Isso me preocupa e creio que esteja preocupando as famílias e os pacientes que precisam do tratamento de Uruguaiana”, explica Evandro Carvalho, 35 anos, filho de uma paciente de 68 anos, que iniciou o tratamento contra um câncer de esôfago acerca de um mês.

“Uma grande parcela dos pacientes está sofrendo com isso, inclusive pacientes de fora de Uruguaiana. No momento que tu paralisas o tratamento de uma pessoa, tu a deixas a deus-dará”, diz uma paciente que pediu para não ter o nome publicado.

O acelerador linear é importando do Reino Unido e foi adquirido pela empresa que prestava o serviço de radioterapia à Santa Casa, mas não foi pago. Quando a atual gestão assumiu o hospital, rescindiu a contratação desta empresa e recebeu o equipamento e sua dúvida, que foi renegociada e vem sendo paga. A manutenção e os componentes do equipamento são fornecidos exclusivamente pelo fabricante, a Elekta Medical Systems, e negociados por demanda. De acordo com administrador hospitalar Claudinei Valim, o equipamento está estragado há uma semana e o HSCU “está em processo de negociação com a empresa. Ainda sem data confirmada”, mas espera que o problema possa ser resolvido nas próximas semanas. A Santa Casa ainda não tem a avaliação do dono do equipamento e do custo de manutenção, mas estima que seja em torno de R$ 150 mil.

O Hospital Santa Casa de Uruguaiana é referência regional em oncologia para a região da 10ª Coordenadoria de Saúde (CRE). Além de Uruguaiana, a instituição atende pacientes de Alegrete, Barra do Quaraí, Itaqui, Maçambará, Manoel Viana, Quaraí, Rosário do Sul, Santa Margarida do Sul, Santana do Livramento e São Gabriel.

A administração do HSCU afirma que cerca de 20 pacientes estão com o tratamento de radioterapia paralisado. De acordo com o Hospital, a quimioterapia, as consultas clínicas e o planejamento da radioterapia, que também compõem o serviço de oncologia, estão funcionando plenamente.