Alerta
Uruguaiana teve dois casos suspeitos de leptospirose em 2023
Gabriela Barcellos - JC imagem ilustrativa - fireção ilustrativa - Com as enchentes, a preocupação com algumas doenças aumentou
Com as chuvas intensas e o longo período de enchentes, a saúde pública acendeu o alerta para várias doenças, como a dengue e a leptospirose. Os alagamentos, caixas de esgoto, lama e o barro das enchentes tornam-se os grandes vilões da propagação da leptospirose no Rio Grande do Sul. A doença é resultado da exposição direta ou indireta à urina de animais infectados pela bactéria Leptospira e pode causar hemorragias e até levar à morte. Essa bactéria pode ser encontrada em diferentes animais, porém, no meio urbano, os ratos e ratazanas são os grandes transmissores da doença.
Sintomas
De acordo com o Ministério da Saúde (MS), os sintomas podem levar até 30 dias para se desenvolver, mas normalmente se manifestam entre o sétimo e o décimo quarto dia após a exposição a situações de risco. Os sintomas iniciais são parecidos com os de uma gripe, como moleza, febre, dor de cabeça, dor muscular, falta de apetite, náuseas e vômitos. Uma característica mais associada à fase precoce é uma vermelhidão nos olhos, que fica inchado, e também dores musculares muito intensas na região lombar e panturrilhas. Cerca de 15% dos pacientes com leptospirose podem apresentar quadro clínico mais grave, que geralmente começa após a primeira semana de doença. O especialista aponta que, nas formas graves, a manifestação típica da leptospirose é a Síndrome de Weil, caracterizada pela icterícia (coloração amarela de pele e mucosas), com fraqueza, insuficiência renal nos exames laboratoriais e hemorragias. A mais frequente e temida é a hemorragia pulmonar, que pode levar a óbito.
Em 2023, dois casos suspeitos de leptospirose foram investigados e descartados em Uruguaiana, conforme o setor de Endemias da Secretaria Municipal de Saúde.
Medidas preventivas
Dentre as ações da Secretaria de Saúde para evitar a proliferação desses animais e a disseminação da doença, estão a educação em saúde para a população não gerar ambientes propícios aos roedores e também a desratização em locais de risco e a investigação dos casos suspeitos de leptospirose.
Além disso, os Agentes de Vigilância Ambiental em Saúde vão a campo e inspecionam caixas de esgoto e ambientes externos em via pública e, nos locais onde há vestígios de ratos e ratazanas, é aplicado raticida. “Trabalhamos diariamente no combate à doença através de visitas domiciliares, avaliando se na residência tem vestígios de ratos e dando orientações à comunidade sobre os cuidados para prevenção desses roedores na moradia”, afirma a chefe do setor de Endemias, Laura Mascia.
No entanto, o trabalho de prevenção deve ser conjunto e a população também deve adotar precauções, como evitar deixar resíduos de alimentos mal acondicionados ou no solo. Também é importante manter as tampas das caixas de esgoto sempre íntegras, prevenir o contato com água ou lama proveniente de enchentes ou esgotos e proibir que crianças nadem ou brinquem nessas águas.
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