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Caso Rafael Sartori

Bernardo Pucheta é condenado a mais de 26 anos

Depois de mais de um ano sem uma sessão do Tribunal do Júri, o Fórum de Justiça sediou o julgamento do homem acusado de uma execução ocorrida há mais de 11 anos. Luís Bernardo Serpa Pucheta foi condenado a 26 anos e seis meses pelo assassinato do jovem Rafael Sarzi Sartori, que era advogado, e pela tentativa de assassinato do vigilante Jair Pinto Rodrigues, ocorrida durante sua fuga.

Em tom de segredo, a sessão de julgamento foi presidida pelo juiz André Elias Atala, que proibiu o acesso ao prédio do Fórum valendo-se da pandemia e das regras implantadas pelo Tribunal de Justiça quanto ao atendimento ao público no Judiciário. Nos últimos dias, aliás, a assessoria do magistrado não foi encontrada nem por telefone para prestar informações à imprensa ou a cidadãos interessados.

A defesa de Pucheta ficou a cargo da Defensoria Pública do Estado.

O crime

O assassinato ocorreu por volta de 11h30min do dia 18 de novembro. Rafael estava sozinho em sua sala no escritório que dividia com os irmãos Bruno e Fausto, quando foi surpreendido por Pucheta. Usando um revólver, Bernardo efetuou quatro disparos contra a vítima, três deles nas costas e um no pescoço. Rafael tinha 33 anos à época.

Após executar Rafael, Pucheta - filho de pai argentino - fugiu no carro da mãe em direção a Paso de los Libres. Durante a fuga, atropelou o vigilante Jair Pinto Rodrigues sobre a Ponte Internacional. Ele abandonou o carro e seguiu a pé. Enquanto Rafael estava sendo velado, Bernardo foi preso pela polícia argentina em um ônibus na cidade de Monte Caseros, ainda com a arma usada para cometer o crime.

A extradição

Como ingressou em solo argentino armado ele foi detido por porte irregular. A família de Sarzi Sartori imediatamente ingressou com um pedido de extradição para que ele fosse mandado ao Brasil para responder pelos crimes aqui cometidos. Em fevereiro de 2010, a Suprema Corte argentina, em tempo recorde, decidiu pela extradição, mas condicionou o retorno do assassino a solo brasileiro ao término de vários processos que o rapaz respondia na Argentina.

Pelos três anos seguintes à morte de Rafael, Bernardo ficou preso na Argentina em razão do processo de extradição. Como não havia condenação, ele foi colocado em liberdade e passou a morar em Paso de los Libres enquanto suas pendencias com a Justiça argentina eram processadas. Com a conclusão de tais processos, ele foi extraditado para o Brasil em outubro de 2018 e desde então está recolhido à Penitenciária Modulada Estadual de Uruguaiana, para onde foi novamente levado após o fim do julgamento.

A sentença

Pucheta, que foi condenado por uma acusação de homicídio qualificado pelo uso de recurso que dificultou a defesa da vítima e cometido por motivo fútil, e por uma acusação de tentativa de homicídio. O tempo preso é contabilizado na sentença de 26 anos e seis meses de prisão em regime inicial fechado.

Ao longo do processo Bernardo jamais prestou declarações ou contou a motivação do crime e o mistério permanece. Se durante o julgamento ele falou, o cerceamento à cobertura da imprensa e a não publicação da sentença até o fechamento desta edição impede a sociedade de saber.

Um grupo de colegas de profissão de Rafael Sartori compareceu frente ao fórum para comemorar a condenação.

A defesa de Bernardo poderá recorrer ao Tribunal de Justiça.

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