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Férias de verão

Bombeiros alertam para risco de afogamentos no verão

Com a proximidade do verão e a chegada das altas temperaturas é preciso seguir orientações para aproveitar com segurança as atividades de lazer em águas. Segundo o comandante em exercício do Corpo de Bombeiros em Uruguaiana, sargento Sílvio Lemos, nessa época, infelizmente, muitas pessoas morrem afogadas ou passam por apuros dentro da água.

"Após as férias de verão, geralmente é citado nas escolas no início do ano letivo os acontecimentos das férias que culminaram em mortes e a grande preocupação do Corpo de Bombeiros nesse período de calor é em relação à água.", relata Lemos.

O Comandante cita uma máxima utilizada pela corporação: Água no umbigo, sinal de perigo. Água no peito, sinal de respeito. Ele informa que ao perceber que o nível da água está na região da cintura é o momento de parar de se locomover para o fundo. "A altura máxima da água, principalmente para crianças, é essa e sempre na presença dos pais".

Lemos explica que na maior parte dos casos de afogamentos a razão é o descuido tanto das crianças que acreditam conseguir nadar em direção ao fundo quanto dos pais que agem de maneira displicente, se mantendo afastados das crianças. Outra razão comum, segundo ele, é o fato de que pessoas que sabem nadar se afogam por falta de conhecimento de seus limites. "Vários banhistas sabem que conseguem nadar uma quantidade de metros. No entanto, ao invés de calcular a metade do caminho para retornar à margem, seguem até o fim do percurso e descobrem que não possuem condições físicas para realizar o caminho de volta".

Nos 19 anos de atuação de Sílvio no Corpo de Bombeiros, foram atendidas diversas ocorrências de mortes de pescadores por afogamento, isso ocorre pelo fato de que, segundo ele, principalmente homens entram a nado em rios e barragens para instalar os aparatos para a atividade. "Para não perder os instrumentos de pesca, já atendi casos em que homens entraram na água visando salvar a linha e morreram enrolados nos fios ou em redes. Em casos como esse, é preciso deixar os objetos para que uma vida não seja perdida", afirma.

Resgates em águas abertas

Em caso de afogamento, o Comandante esclarece que o mais importante é que a pessoa que está realizando o resgate não se torne mais uma vítima. O primeiro passo ao observar que alguém está se afogando - tanto em águas correntes como rios quanto em piscinas - é chamar os Bombeiros.

Em caso de afogamento em águas abertas, Lemos alerta para que jamais uma pessoa entre na água para salvar outra, mesmo se tratando de nadadores experientes. "É possível que no fundo do ambiente aquático haja pedras, cacos de vidro e até animais que podem causar perfurações nos pés. Essas mesmas pedras podem ser as causas de acidentes graves como desmaios e paraplegia se a tentativa de resgate for realizada por mergulhadores não treinados". Outro ponto crítico destacado pelo bombeiro é a última fase do resgate, quando a vítima é alcançada. "Nessas horas, a vítima se agarra firmemente na pessoa que está realizando o salvamento. Por isso é preciso ter os conhecimentos adequados para conter a vítima e a retirar da água com segurança", diz Lemos.

De acordo com Sílvio, o procedimento correto é fornecer um material que dê flutuabilidade para a vítima com o objetivo de dar sustentação para deixar as vias aéreas acima do nível da água. "Nessas situações, é imprescindível atirar para a vítima objetos que flutuam como o estepe do carro; cordas; boias salva vidas; pneus; espaguete de piscina; entre outros. Caso a correnteza leve, é importante que a vítima esteja atenta aos galhos para poder se agarrar".

Salvamento em piscinas

Em casos de resgate em piscina, os procedimentos são diferentes. "Em águas rasas não se salta de cabeça, pois pode ocorrer de bater a cabeça no fundo. Essa ação pode causar fraturas em certas regiões que podem deixar uma pessoa paraplégica ou tetraplégica. Diante disso, o salvamento tem que ser realizado por profissionais que irão imobilizar a cervical", conta.

"Se uma criança, por exemplo, estiver se afogando em uma piscina e o adulto conseguir ficar em pé com parte do tórax acima do nível da água, a indicação é acessar a vítima o mais breve possível e elevá-la para que possa respirar", orienta Lemos.

Em relação às boias, o Comandante explica que não adianta estar em posse de uma se ela não estiver atada no banhista. "Boias não foram feitas para se pendurar ou brincar, mas sim como elemento para salvar vidas". Ele ainda adverte que as boias infantis com furos para as pernas da criança são um perigo e já causaram muitas mortes. "Os pais acham que se a criança estiver flutuando sentada não irá afogar. Porém, se a boia virar, ela fica de cabeça para baixo, não consegue se desvirar. Por essas e outras razões que é necessário que sempre haja acompanhamento dos responsáveis em ambiente aquático".

Procedimentos

Independente da situação de afogamento, Silvio explica que manter a calma é fundamental para o sucesso no resgate. "Após atirar os objetos flutuantes para a vítima, é preciso acalmar a pessoa e orientá-la para somente se apoiar no material. Quando a pessoa é tranquilizada, a frequência cardíaca é reduzida e como consequência ela pensa com mais clareza".

Para evitar casos de afogamento, o primeiro exercício que é preciso ser feito por quem está aprendendo a nadar, é aprender a flutuar - conhecido popularmente como boiar. A flutuação pode evitar muitos acidentes e traumas em relação à água.


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