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CBMRS
Corpo de Bombeiros alerta para incêndios em campo
Gabriela Barcellos/JC imagem ilustrativa - fireção ilustrativa -
Depois de um final de 2021 e início de 2022 marcado por inúmeras ocorrências de incêndio em campo, o Corpo de Bombeiros prevê uma nova temporada de grandes sinistros semelhante à anterior, uma vez que o clima seco e o vento aumentam as chances do alastramento das chamas. De acordo com o comandante em exercício do Corpo de Bombeiros Militar do Rio Grande do Sul (CBMRS) em Uruguaiana, sargento Sílvio Lemos, já foram combatidos mais de cinco incêndios em campo neste ano. Ele alerta para os cuidados necessários para evitar essa situação e possíveis acidentes graves.
Segundo ele, a maior parte dos casos de fogo em campo é ocasionada por ações humanas. "Em cerca de 95% desses casos o incêndio inicia com alguém ateando fogo em alguma coisa", afirma. A faísca inicial pode ser ocasionada por diversos fatores, sendo que os mais corriqueiros são: queima de lixo, limpeza do campo e de acostamentos utilizando fogo e guimba de cigarro jogada no chão.
"O maior dos problemas são as queimadas de lixo. No ano passado, a maior parte das ocorrências de incêndio foram iniciadas a partir do comportamento humano de queimar algo. A pessoa acha que durante a queima do lixo o fogo estará controlado, porém, as chamas tomam grandes proporções", explica Lemos.
Apesar disso, se houver extrema necessidade de queimar o lixo o Comandante recomenda realizar um procedimento prévio. Primeiro é preciso preparar o ambiente: "fazer a queima em um local que seja forrado com areia, pedra ou terra sem vegetação ou árvores por perto". "Atentar para que o local seja aberto e tenha área de cerca de quatro vezes maior do que o tamanho do monte de lixo que será queimado. Principalmente é preciso que o local fique longe de imóveis - casas, celeiros, currais, galpões, estábulos, entre outros.
O Comandante explica que os acidentes são praticamente uma exceção e quando ocorrem, o principal fator acidental é o curto-circuito em postes. "Muitas estâncias são monofásicas o que fazem com que muita energia seja descarregada no solo através dos transformadores colocados em postes, tanto que a grama em volta do porte fica seca por causa da descarga elétrica". Esse fator pode ocasionar um incêndio devido ao choque, mas isso quase nunca acontece.
Outro mito muito difundido entre as pessoas é que pneu pega fogo sozinho e que o fundo de uma garrafa pode causar um incêndio. "Em relação aos pneus, eles não esquentam o suficiente para iniciar o fogo, no entanto, quando as chamas pegam na borracha o processo de extinção do fogo fica mais demorado. Já no caso das garrafas, elas até se transformam em uma lupa, mas é preciso que o objeto esteja na distância correta e com a incidência solar necessária para que inicie uma faísca. Muitas garrafas descartadas incorretamente estão enterradas no solo, sendo assim elas não são a principal causa de fogo", conta.
Procedimentos
Lemos esclarece que ao perceber o fogo, o primeiro passo é acionar o Corpo de Bombeiros ou delegar a função de ligar a uma pessoa em específico. "A informação a ser repassada à equipe precisa ser o mais completa possível para que os combatentes possam chegar até o local. Antes do deslocamento inicial, a equipe confirma a situação, pois ainda existem, infelizmente, muitas solicitações de atendimento que são trotes", diz. Em caso de incêndio no interior de bretes, o Comandante sinaliza que é importante que haja alguém na rodovia principal para indicar o caminho para as equipes.
Nos casos de incêndios mais distantes do que 30 quilômetros do quartel é preciso chamar uma outra equipe para permanecer na sede para que a cidade não fique desguarnecida. "Fogo em campo há ainda uma demora maior para o início do atendimento devido à distância; a necessidade de condução do caminhão com cautela para que não ocorram acidentes durante o percurso e ao procedimento de solicitar uma equipe para atender possíveis ocorrências dentro do município.
Combate
O Comandante conta que antes de tudo é importante que a pessoa se atente para as variáveis antes de atear o fogo. "Não faça do ambiente o combustível para queimar o seu lixo", frisa. Porém, em casos de descontrole das chamas, o Corpo de Bombeiros segue a conduta de proteger vidas primeiro e materiais em segundo plano.
Para o combate, as equipes precisam romper com o ciclo do fogo que é composto por oxigênio, combustível e calor. "No ambiente, tirar oxigênio e o calor é impossível, uma vez que o calor é propagado pelo próprio fogo. Por outro lado, retirar o combustível é acessível".
Uma das formas de combate ao fogo em campo é checar primeiramente a direção do vento para que as chamas não se alastrem. Em seguida, usa-se se tratores, facões, motosserras e enxadas para reduzir a altura da vegetação. "A altura do fogo é diretamente proporcional à altura da vegetação. Por exemplo, se o fogo atinge um arbusto de um metro de altura, o fogo vai aumentar para mais de dois metros de altura. Quando essa altura diminui o fogo fica mais fácil de se extinguir".
"Ao contrário do que muitos pensam, a última ação normalmente é o combate com a água. Isso ocorre porque, na maior parte das vezes, os campos são lugares mais remotos e isso faz com que o caminhão não chegue com facilidade", finaliza Lemos.
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