Na manhã de ontem, 29/10, a Polícia Civil de Santa Catarina deflagrou em Uruguaiana a operação Pombo de Ouro, que tem como alvo uma empresa de prestação de serviços sediada no município. A operação é da 4ª Delegacia Especializada no Combate à Corrupção (Decor) de Blumenau, comandada pelo delegado Lucas Almeida, e teve apoio de outras especializadas catarinenses e da Polícia Civil gaúcha. 

Foram cumpridos três mandados de busca e apreensão no município, dois em endereços residenciais e um em endereço comercial. Em uma das casas, foi apreendido um revólver calibre 38 com a numeração raspada, o que o equipara a arma de uso restrito. A PC não divulgou o nome do preso, mas o Jornal CIDADE apurou que se trata de Rafael de Oliveira Ferreira, de 36 anos. Ele é o gerente da empresa C.R.P Comércio de Papel/ Alfa Imunização. Em Jaraguá as ações também resultaram na prisão de uma pessoa. Ao verificar o endereço apontado como a sede da empresa, os policiais não encontraram absolutamente nada.

De acordo com o Delegado, a investigação teve início a cerca de cinco meses e apura irregularidades em processos licitatórios para contratação de prestadora de serviços para o porto de São Francisco (SC).

A investigação aponta que a empresa foi contratada para serviços de varrição e controle de pragas no porto, e que a escolha foi ilegal, inclusive com parecer do Tribunal de Contas do Estado (TCE). Almeida diz que foi detectado um esquema de financiamento de campanhas políticas por meio de caixa II, visando a obtenção de contratos públicos superfaturados. "Além disso, verificou-se que parte dos serviços não eram prestados", explica o delegado. Dentre os investigados estão ainda o presidente e o vice-presidente de um partido político em Santa Catarina.

O prejuízo estimado aos cofres públicos foi de aproximadamente R$ 1.180.000,00 em dois anos. Foram deferidos judicialmente o sequestro de valores e de veículos dos investigados, tendo sido apreendidos três carros de luxo, que ao final do processo poderão ser transformados em recursos ao Estado.

Almeida explica que a operação foi batizada de Pombo de Ouro porque quase 80% do contrato previa o controle da praga de pombos.