Funcionalismo
Servidores gravam vídeo em repúdio a declarações de Leite

O governador Eduardo Leite (PSDB) disse em uma entrevista que não é razoável que existam duas categorias de povo: os que estão no serviço público e os que não estão, e que a primeira está em situação de privilégio em relação aos demais trabalhadores e cidadãos. Rapidamente, a Frente dos Servidores Públicos do Rio Grande do Sul divulgou um vídeo, respondendo ao mandatário.
No vídeo, representantes de várias categorias do serviço público afirmam que estão com os salários atrasados e parcelados há cerca de seis anos, acumulando prejuízos durante todo esse período que só se agravaram agora, em meio à pandemia do novo coronavírus. Articulada pelo Sintergs, a produção contou com a participação das seguintes entidades: Afagro, Afocefe, Amapergs Sindicato, Cpers, Simpe/RS, Sindjus-RS, Sintergs e Ugeirm Sindicato, todas da Frente dos Servidores Públicos do Rio Grande do Sul.
Na entrevista, Leite defendeu, mais uma vez, a redução dos salários dos servidores públicos estaduais e disse que "todos estão no mesmo barco" e "não é razoável que haja uma categoria blindada dos efeitos dessa crise". "Acho que o Congresso precisa discutir, dentro das propostas de emenda constitucional que estão tramitando?. Para que se viabilize a constitucionalidade dessa redução salarial dos servidores públicos", afirma ainda Eduardo Leite. O governador cita ainda que ele e a sua equipe já reduziram em 30% os próprios salários.
"Ao afirmar que estamos todos no 'mesmo barco', Leite esquece que, enquanto ele e seus secretários estão protegidos dentro de casa, os (as) policiais estão nas ruas e nas delegacias, expostos ao contágio pela covid-19. O barco pode ser o mesmo, mas enquanto uns estão na primeira classe, outros são obrigados a enfrentar a tempestade no convés. E é dessas pessoas, que o governador quer cortar os salários", diz a Ugeirm em nota. "Não bastasse ele ter retirado direitos dos trabalhadores, ele ainda tenta jogar a sociedade do Rio Grande do Sul contra os servidores estaduais que são aqueles que estão lá na ponta, prestando serviço sem nenhum privilégio", assinalou a professora Helenir Aguiar Schurer, presidenta do CPERS Sindicato.
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