8 de janeiro
Congresso cria CPMI dos atos golpistas
imagem ilustrativa - fireção ilustrativa - Senador Rodrigo Pacheco, presidente do Congresso, leu ontem requerimento que instala a comissão parlamentar mista de inquérito.
Após dois meses de pressão, a Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do Golpe foi finalmente criada. O presidente do Congresso Nacional e do Senado, senador Rodrigo Pacheco (PSD-MG), fez a leitura do requerimento do deputado André Fernandes (PL-CE) que cria a comissão em sessão na tarde desta quarta-feira, 26/4.
“O requerimento requer a criação de Comissão Parlamentar Mista de Inquérito com a finalidade de investigar os atos de ação e omissão ocorridos no dia último oito de janeiro ocorridos na sede dos três poderes da República em Brasília”, diz trecho do requerimento. O colegiado será formado por 16 deputados e 16 senadores titulares. Agora, os líderes devem indicar os integrantes da comissão conforme a proporcionalidade contida no documento, que será enviado às lideranças das duas casas legislativas. A duração inicial dos trabalhos da CPMI será de seis meses.
O clima no parlamento em razão da CPMI é tenso. Apoiadores do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), anteriormente contrários ao requerimento, agora buscam procurar responsáveis pela omissão que levou aos atos vândalos do 8 de janeiro e culpabilizar deputados apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) — autores da proposta e defensores da CPMI — que convocaram manifestantes e até ironizaram e fizeram piadas enquanto pessoas invadiram e destruíram o Palácio do Planalto, o Supremo Tribunal Federal (STF) e a sede do Legislativo federal.
Lulistas protelaram e tentaram desmobilizar a comissão investigativa durante esse período e falharam. A reviravolta na posição veio na semana passada, após a revelação de imagens que mostram o ex-ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), general Marco Edson Gonçalves Dias, facilitando a circulação de bolsonaristas na sede do governo. Enquanto isso, deputados da base do Centrão vinham assinando o requerimento para abertura da CPMI, que agora deve ser usada como uma “ofensiva política”, como disse o vice-líder do governo no Congresso, deputado Lindbergh Farias (PT-RJ).
Há grande disputa entre governo e oposição pela presidência e relatoria da comissão e diversas articulações estão em andamento, na tentativa de garantir o controle em um dos postos principais da comissão.
Membros da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid do Senado desejam participar da CPMI e Renan Calheiros (MDB-AL), relator na CPI da Covid é novamente especulado para assumir lugar de prestígio na nova comissão. Ele enfrenta a resistência de Lira seu inimigo político no Estado — os dois já trocaram ofensas públicas mais de uma vez neste ano.
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