Avaliação
Uruguaiana mantém nível baixo de desenvolvimento sustentável

Reprodução - Conforme os dados mais recentes, a cidade obteve 47,59 pontos em uma escala de zero a 100, permanecendo na classificação “baixa”
Uruguaiana apresentou avanços importantes no Índice de Desenvolvimento Sustentável das Cidades (IDSC-BR) 2025, que avalia o desempenho dos municípios brasileiros em relação aos 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da Agenda 2030 da ONU. Conforme os dados mais recentes, a cidade obteve 47,59 pontos em uma escala de zero a 100, permanecendo na classificação “baixa”, mas registrando melhora em alguns indicadores estratégicos. No ranking nacional, Uruguaiana ocupa a 3.748ª posição entre 5.570 municípios.
O destaque positivo é o ODS 1 – Erradicação da Pobreza, que apresentou aumento considerável em relação a 2024, passando para a faixa “alta” de desenvolvimento, acima de 60 pontos. O avanço reflete a redução da extrema pobreza e melhorias em políticas de proteção social e renda mínima no município.
Outro ponto de progresso foi observado no ODS 5 – Igualdade de Gênero, que também registrou elevação significativa em 2025 e passou a ocupar a zona laranja, correspondente ao nível médio de desenvolvimento sustentável. O resultado indica avanços no acesso das mulheres ao mercado de trabalho, à educação e na redução das desigualdades de gênero.
Além desses, os ODS 3 (Saúde e Bem-Estar), 6 (Água Potável e Saneamento) e 7 (Energias Renováveis e Acessíveis) continuam entre os mais bem avaliados, mantendo-se na faixa alta, com pontuações próximas ou acima de 70. Esses indicadores reforçam o bom desempenho do município em áreas essenciais de infraestrutura e qualidade de vida.
Por outro lado, desafios persistem em objetivos como Indústria, Inovação e Infraestrutura (ODS 9), Vida Terrestre (ODS 15) e Parcerias para a Implementação dos Objetivos (ODS 17), que continuam com desempenho muito baixo, abaixo de 40 pontos. O Trabalho Decente e Crescimento Econômico (ODS 8) e a Redução das Desigualdades (ODS 10) também apresentaram leve queda, apontando a necessidade de políticas mais eficazes de inclusão produtiva e equidade social.
Cenário nacional mostra leve melhora
Em 2025, o Brasil apresentou uma média geral de 49,9 pontos, um avanço em relação a 2024, quando o índice era de 46,7. Apesar de o país permanecer com classificação baixa, o crescimento marca uma inflexão positiva após uma década sem avanços significativos.
Segundo o diretor-presidente do Instituto Cidades Sustentáveis, Jorge Abrahão, “onde vivem 90% da população brasileira, estamos conseguindo ter uma inflexão, pela primeira vez em dez anos”. A proporção de cidades na faixa média subiu para 47%, enquanto 45,7% continuam com desempenho baixo. Em 2024, mais da metade das cidades (51,3%) estavam nessa faixa.
Nenhum município brasileiro alcançou o nível “muito alto”, mas 3% das cidades atingiram o patamar “alto”, enquanto 3,8% permanecem com classificação “muito baixa”. As regiões Norte e Nordeste seguem com os maiores desafios estruturais.
Entre as cidades com melhor desempenho estão São José dos Campos (SP), São Paulo (SP) e Brasília (DF), com índices acima de 57 pontos. Já Belém (PA), Maceió (AL) e São Luís (MA) aparecem entre os piores resultados, com médias próximas a 40.
Compromisso com a Agenda 2030
Durante o Fórum de Desenvolvimento Sustentável das Cidades, realizado em Brasília, o Instituto Cidades Sustentáveis e a Comissão Nacional para os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável reforçaram o compromisso com a Agenda 2030 da ONU, que reúne metas para erradicar a pobreza, proteger o meio ambiente e promover o bem-estar global.
No evento, foi lançada a “Declaração das Cidades pelo Clima na COP30”, documento que propõe dez ações para enfrentar a emergência climática, a perda de biodiversidade e as desigualdades sociais no Brasil. A adesão é voluntária e poderá ser feita até novembro, durante a conferência internacional que ocorrerá em Belém (PA).
Índice de Desenvolvimento Sustentável das Cidades
O Índice de Desenvolvimento Sustentável das Cidades – Brasil (IDSC-BR) permite uma visão geral e integrada das cidades brasileiras em cada um dos ODS. É uma ferramenta que visa estimular o cumprimento da Agenda 2030 e uma oportunidade para as cidades se integrarem à mais avançada agenda global de desenvolvimento sustentável. Graças ao Índice o Brasil é o único país do mundo a acompanhar os desafios e avanços de todas as cidades na Agenda 2030.
O IDSC-BR é uma iniciativa do Instituto Cidades Sustentáveis, no âmbito do Programa Cidades Sustentáveis, em parceria com o Sustainable Development Solutions Network (SDSN), apoio do Centro Brasileiro de Análise e Planejamento (Cebrap) e financiamento do Projeto CITinova.
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