Ciência
Pesquisa revela possível nova causa para o Alzheimer
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Em um artigo publicado por pesquisadores da Universidade Califórnia em Riverside (UCR), Estados Unidos, é sugerida a descoberta do que causa o Alzheimer. Segundo a pesquisa, a doença pode acontecer por conta da perda da habilidade das células de fazer a autofagia - processo natural no qual elas consomem e desintegram suas proteínas, reciclando os materiais. À medida que esse processo enfraquece, há acúmulo desses componentes durante longos períodos no cérebro, o que causa perda de memória e alterações de personalidade associadas à demência.
Os cientistas também descobriram que o quadro clínico pode estar associado a duas condições no cérebro: acúmulo de placas de proteínas beta-amiloides e desordem de novelos neurofibrilares, composta principalmente por uma proteína chamada tau, que pode matar os neurônios.
A equipe associou os acúmulos ao Alzheimer, mas não como causa direta, já que 20% das pessoas tem essas placas mas não apresentam a doença.
Para entender esse fenômeno, a pesquisa focou nas diferentes formas que uma única molécula pode assumir, chamadas de isômeros. Na química, são isômeras duas moléculas que possuem a mesma composição, mas suas ligações formam diferentes configurações geométricas. Um exemplo disso são as nossas mãos, que são "isômeras" uma da outra, como se fossem imagens espelhadas, mas não cópias exatas.
Da mesma forma, os aminoácidos (partículas que compõem as proteínas) podem ser isômeros chamados de "destros" (dextrogiros) ou "canhotos" (levogiros). De acordo com Julian, as proteínas nos seres vivos são feitas de todos os aminoácidos canhotos.
Apesar disso, os cientistas identificaram em pacientes com Alzheimer, que os acúmulos das placas contêm proteínas tau destras, enquanto nos que não manifestaram sintomas da doença continuam no padrão - sendo canhotas.
Nesse caso, é importante entender que as proteínas do nosso corpo possuem uma meia-vida de menos de 48 horas e o ideal é que elas sejam utilizadas e cumpram sua função nesse período. Caso contrário, há risco dela perder seu formato, transformando-se em uma isomeria menos útil ou até perigosa. É aqui que entra a autofagia - para "limpar" esses componentes.
O grande empecilho é que a autofagia vai perdendo a força à medida que as pessoas envelhecem, em especial, a partir dos 65 anos. Assim, essas proteínas permanecem no organismo tempo suficiente para mudar seu formato e se acumularem no cérebro. A pesquisa busca agora entender o que causa a desaceleração da autofagia como forma de desenvolver possíveis tratamentos.
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