Rubens Montardo Junior
Que falta faz o Leonel
Gostem dele ou não, o cidadão Leonel de Moura Brizola deixou uma contribuição grandiosa na política nacional. De origem humilde, perdeu o pai ainda pequeno, tendo que enfrentar as diversidades da vida e, pelo estudo e trabalho, este engenheiro civil tornou-se um personagem da história nacional. Único político eleito pelo voto e ungido pela soberania das urnas para governar dois estados da federação: Rio Grande do Sul e o Rio de Janeiro, por duas vezes. Na primeira, ia ser roubado no pleito, mas denunciou o esquema Proconsult, sendo vitorioso. Liderou um movimento civil em prol da posse do vice-presidente João Goulart na Presidência da República, após a renúncia de tresloucado Jânio Quadros, cumprindo a Constituição e conseguindo adiar o Golpe Militar por três anos. Com estilo marcante, posições firmes e outras controvertidas, Leonel de Moura Brizola (1922-2004) foi um defensor intransigente da educação, de investimentos pesados na área educacional, nos educadores e nos educandos, visando promover o ser humano pelo saber. Ao lado do antropólogo Darcy Ribeiro implantou os CIEPs - Centros Integrados de Educação Pública no estado fluminense. Antes, na década de 50, quando governou o Rio Grande do Sul, construiu mais de cinco mil escolas de madeira, contratou centenas de professores para combater o analfabetismo em solo gaúcho, num programa pioneiro no Brasil. Conheci duas escolas deste projeto aqui em Uruguaiana: a Augusto Pestana, que ficava na esquina das ruas Prado Lima com a Travessa Antônio del Rosso, no bairro São João (terreno que hoje abriga a sede do Lions Clube Três Fronteiras) e a Nossa Senhora Aparecida (creio ser este o nome, se a memória não me falha) nos fundos do 8º. RCMec, no bairro São José. (Na Coréia do Sul, por exemplo, o investimento em educação reergueu aquele país, sendo hoje uma referência mundial). Brizola foi perseguido, exilado, retornou ao país em 1979 e, numa manobra do ministro Golbery do Couto e Silva, perdeu a sigla PTB para a deputada Ivete Vargas. Fundou o PDT e participou das contendas eleitorais até sua morte em 2004. Mas, prezados leitores, lembrei do Dr. Brizola analisando o contexto nacional. Enfrentamos uma tragédia jamais vista ou imaginável e, para infelicidade coletiva, poucas vozes ecoam no parlamento nacional, em entidades representativas ou de governadores de Estado desfraldando a bandeira da lucidez, do bom senso e da defesa da vida em meio ao caos implantado e liderado por gente tão desumana, incompetente, raivosa, mentirosa, insana. Nosso país chora a morte de quase 300 mil pessoas. Leonel Brizola sempre afirmou que a educação "não é cara como dizem os tecnocratas fazendários; cara é a ignorância, o que custa para este país a ignorância, não é brincadeira". É uma grande verdade! Abra seu facebook, leia algumas postagens e comentários e em poucos minutos verás milhares de exemplos. Dr. Brizola tinha razão!
Mestre
Nos anos de 1983 a 1985, estudei na Escola Estadual Elisa Ferrari Valls, no chamado 2º. Grau e lá conheci o professor José Moysses Cardoso, que era coordenador de turmas no período noturno. Recepciona os alunos, conferia se tinha professores em todas as salas, não deixava os alunos gazearem aulas, sendo sempre sorridente, simpático, conversava e sabia o nome de todos. Ficamos amigos e era um prazer reencontrá-lo na área central, no banco ou na Praça. Dia 10/03, ele partiu aos 82 anos de idade. Perde a cidade um educador e um homem educado e gentil. Caiu uma pétala no jardim dos meus afetos. Meus sentimentos aos familiares e que nosso querido mestre descanse na paz de Deus.
Cantor
Faleceu aos 84 anos de idade, dia 16/03, o uruguaianense Neldon Duarte de Almeida. Ex-presidente do Círculo Operário de Uruguaiana, onde liderou um marcante trabalho, foi vereador e cantor com Cds gravados e apresentações em clubes da cidade e em outros municípios. RIP!
Gênio
Dia 15/03, o vereador Alberi Dias (MDB), presidente da Câmara Municipal de Canela (RS), fez uma sugestão inusitada. Ele quer pulverizar álcool gel em todo o município e, assim, garantir que o território fique livre do coronavírus. Deu outra dica: que o procedimento fosse feito por aviões, os mesmos que pulverizam lavouras. Nota: Odorico ficaria com inveja desta mente brilhante. Tomara que ninguém queira imitar e ainda incluir Libres.
Demodê
Este discurso de combate ao comunismo e aos comunistas é da década de 30 do século passado. Informação, leitura e um pouquinho de estudo para não ficar repetindo asneiras. Até a China já abandonou o dito comunismo e, em breve, poderá tornar-se a maior economia do planeta.
Oráculo
"O patriotismo é o último refúgio do canalha", Samuel Johnson (1709-1784), escritor e pensador inglês.
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