Em 2024 Uruguaiana registrou bons números no que tange a vacinação contra o HPV, no entanto, ainda está abaixo da meta nacional, que é de 90% do público-alvo. De acordo com o Ministério da Saúde, a cobertura vacinal em Uruguaiana atingiu 80,74% para meninas e 70,07% para meninos.

Em 2025, ainda não há dados computados, mas, de acordo com Eduarda Oliveira, enfermeira responsável pelo setor de Vigilância Epidemiológica da Secretaria Municipal de Saúde, há procura e movimento intenso na sala de vacina desde o mês de novembro, por conta do cronograma de matrículas na rede escolar – a vacina é obrigatória. "Posso dizer que tem havido boa procura", afirma a profissional.

A Secretaria Municipal de Saúde (SMS) disponibiliza a vacina da vacina contra o HPV em todas as unidades de saúde, de forma gratuita. O imunizante é fundamental na prevenção do câncer cervical e outras neoplasias associadas ao vírus, sendo recomendado principalmente para crianças e adolescentes de 9 a 14 anos. A vacina protege contra os tipos 6, 11, 16 e 18 do vírus.

Além do público-alvo principal, a imunização também pode ser administrada a grupos específicos, como pessoas imunodeprimidas, vítimas de abuso sexual, usuários de Profilaxia Pré-Exposição (PrEP) e portadores de algumas comorbidades. Para esses grupos, a aplicação segue critérios especiais, exigindo prescrição médica e documentação comprobatória, que deve ser apresentada na Vigilância Epidemiológica.

Eficácia da Vacinação

De acordo com a enfermeira Eduarda, a eficácia da vacina é superior a 70% para indivíduos sem exposição ao vírus, reduzindo para cerca de 30% após a exposição. Por isso, é fundamental que a vacinação ocorra na infância. Para pessoas acima de 15 anos que se enquadram nos grupos aptos, os esquemas de vacinação normalmente preveem um maior número de doses para otimizar a eficácia.

Cobertura Vacinal em Uruguaiana. “A eficácia da vacina é significativamente reduzida após o contato com o vírus, reforçando a importância da vacinação precoce”, destaca Eduarda.

Efeitos adversos e Segurança

Eduarda esclarece que são raros os registros de reações graves relacionadas à vacina. Os efeitos colaterais mais comuns são dor local e febre. Não há registros de eventos graves no município. “Em alguns casos, adolescentes podem apresentar síncope após a aplicação, mas isso está mais relacionado ao estresse e à ansiedade do que à vacina em si”, explica ela.

Em termos de contraindicações, a vacina não é recomendada para gestantes e para pessoas com alergia grave a seus componentes.

Ações de Conscientização

A SMS tem investido na conscientização da população sobre a importância da vacinação, promovendo ações em parceria com as escolas. Desde 2018, uma lei municipal exige a apresentação do atestado de conformidade vacinal no ato da matrícula de crianças e adolescentes, garantindo a regularização das vacinas. Essa medida tem contribuído para o aumento da cobertura vacinal.

Apesar de alguns casos de resistência por parte dos pais, que associam a vacina a doenças sexualmente transmissíveis, estratégias educativas são implementadas para desmistificar informações equivocadas sobre o HPV e sua vacina.