O relato da empresária Manoela Couto, do bar Ferrovia, nas redes sociais trouxe à tona a prática de um golpe que vem sendo aplicado em donos de lancherias de Uruguaiana. Por WhatsApp, uma pessoa com número local e fotografia de um homem usando fardamento policial, faz contato perguntando sobre os preços dos lanches e logo em seguida faz um pedido, dando o endereço da Delegacia de Polícia Civil como referência. 

O pedido vai para o preparo e o falso cliente informa que precisa de troco para R$ 200. No caso de Manoela, ela não tinha o valor em cédulas. “Expliquei que ia ficar sem troco e, nesta era do pagamento em pix é muito difícil recebermos em dinheiro”, disse ela. O sujeito então cogita suspender o pedido, mas sugere a alterativa da devolução do troco em pix. “Ele me disse que precisava passar um valor para a filha que estava aguardando e que então isso facilitaria para ambos. É tudo muito depressa. Fiz o pix e encaminhei o lanche. Quando meu entregador chegou ao local não havia pedido nenhum e o endereço estava fechado”, relatou. Depois disso, o tal número bloqueou a empresária. Ela também contou que, além do seu motoboy, outros entregadores estavam no local, a procura do falso cliente. 

Cópia e cola 

Os golpes aplicados em Uruguaiana são semelhantes aos aplicados no restante do País e servem de inspiração. No início do ano, na cidade Cubatão, no estado de São Paulo, esse mesmo golpe fez dezenas de vítimas. Num dos casos, o criminoso entrou em contato por WhatsApp se passando por um falso delegado, pediu duas marmitas e deu o endereço de um distrito policial para receber a encomenda. O valor da compra foi de R$ 47 e o 'golpista' pediu troco para R$ 200.  

O motoboy que trabalha para a vítima encontrou três entregadores de outros comércios, que também teriam sido vítimas no local da entrega. O criminoso usava o nome de 'delegado Bruno' e pediu duas 'quentinhas' de bife acebolado e um refrigerante.