Esclarecido
Bandido espancou mulheres para roubá-las

Roubar os pertences das vítimas foi a motivação do homem que espancou brutalmente duas mulheres, nas proximidades do Parque Agrícola e Pastoril, no último dia quatro de março. Na manhã de hoje, 15/5, a Polícia Civil confirmou que ele foi indicado por tentativa de latrocínio em coletiva de imprensa com a presença da delegada Caroline Bortolotti Huber, titular da Delegacia Especializada no Atendimento à Mulher (Deam) e que comandou a investigação, e do delegado regional da PC, Valeriano Garcia Neto.
O crime
O crime ocorreu por volta de 15h30min, quando as duas mulheres - uma fotografa e a uma cliente - realizavam um ensaio fotográfico no local conhecido como 'Gruta', atrás no Parque Agrícola e Pastoril e ao lado do antigo Lixão.
De acordo com a Delegada, elas foram espancadas até perderem a consciência. Algumas horas depois, "quase como um milagre conseguiram sair do local e retornar à cidade, sem a ajuda de ninguém". As moças conseguiram chegar até o carro e tomar o rumo da cidade, até o cruzamento da Avenida Presidente Vargas com a Rua Joaquim Murtinho. Por volta de 20h30min, foram notadas por um grupo de ciclistas que passava pelo local e acionou o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu). Elas foram encaminhadas ao pronto socorro municipal, com diversos ferimentos, especialmente na cabeça e na região do rosto.
A violência empregada chocou médicos e demais profissionais que a atenderam, bem como a Polícia Civil, que no mesmo dia montou uma força tarefa, com apoio das demais delegacias da cidade e da Delegacia Regional, sediada e m Alegrete.
Inicialmente, se cogitava que ambas ou pelo menos uma delas pudessem ter sofrido violência sexual, o que não se confirmou com o resultado dos exames periciais. Ao longo da investigação, ficou comprovado que o agressor roubos das vítimas dois telefones celulares, duas câmeras fotográficas e uma carteira com dinheiro.
A investigação
De acordo com os delegados, uma série de evidências começaram a surgir ao longo da investigação, que contou com a participação de todos os policiais que atuam na Deam. Entre as ações houve a recuperação de um dos telefones celulares roubados. O homem que estava de posse do aparelho disse ter o comprado por cerca de R$ 100. Ele será indiciado por receptação.
Conforme a Delegada, tudo apontava para um único criminoso, um homem de 24 anos. Houve a representação pela prisão do suspeito e, no dia 22 de abril, ele foi preso na cidade de Vacaria, pela Polícia Civil daquele município. Uma equipe da Deam se deslocou até a cidade a fim de buscar o homem, que até então negava sua participação.
Já em Uruguaiana ele foi novamente interrogado - desta vez pela equipe da Deam - e ao ser confrontado com um robusto conjunto probatório acabou confessando o crime. Ao contar o que ocorrera no dia, ele corroborou informações que a polícia já tinha e deu detalhes do crime.
O autor
O autor já possuía dois antecedentes por crime de roubo, inclusive com emprego de violência. Ele cumpria pena em regime semiaberto, no Instituto Penal de Uruguaiana (IPU) e, naquela manhã, foi considerado foragido depois de não se apresentar à casa prisional.
Ele é natural de Uruguaiana e morador da Vila Betânia. No dia seguinte ao crime, fugiu da cidade, juntamente com a companheira. Eles foram para Vacaria, onde arranjou emprego na Colheita da Maça.
Pouco antes do ataque às mulheres, ele foi visto nas imediações - inclusive por uma das vítimas -, acompanhado de uma criança. Se trata da enteada dele, uma menina de nove anos, que testemunhou o crime.
Ele contou à Polícia que foi até a ponte existente no local, com a criança, para pescar, e que avistou as vítimas nas imediações. Foi aí que decidiu roubá-las. Segundo ele, a agressão ocorreu "em legítima defesa" porque elas reagiram.
O tênis
Uma das provas contra o acusado é o tênis que ele usava no dia do crime. Quando foi preso, em Vacaria, ele também estava usando o calçado, como prova uma foto tirada quando chegava na penitenciária daquela cidade, conduzido pelos policiais civis. As agarradeiras presentes no solado do calçado são exatamente compatíveis com as marcas deixada no rosto de uma das vítimas, que foi brutalmente chutada pelo homem.
A Polícia Civil conseguiu recuperar o tênis com um outro detento de Vacaria, para quem o acusado já havia repassado o calçado.
Indiciamento
O homem está preso preventivamente, na Penitenciária Modulada Estadual de Uruguaiana (PMEU) e o Inquérito Policial foi remetido ao Poder Judiciário e está a cargo da 2ª Vara Criminal. Por se tratar de processo com réu preso, deverá tramitar com prioridade.
O homem foi indiciado por tentativa de latrocínio (matar para roubar), majorado pelo uso de arma, visto que estava de posse de uma faca, que usou para ameaçar as vítimas. A pena prevista para este crime é uma das mais pesadas do Código Penal brasileiro, de 20 a 30 anos de prisão.
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