Operação
Gaeco ataca ramificação d'Os Manos em Uruguaiana

Uma operação comandada pelo Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado (Gaeco) do Ministério Público Gaúcho, com participação da Polícia Civil, Brigada Militar e Superintendência de Serviços Penitenciários (Susepe) resultou na prisão de oito pessoas na manhã de ontem, 2/7. Os presos estão vinculados a facção Os Manos, que atua na região metropolitana de Porto Alegre e vem se expandindo para o interior do Estado, inclusive em Uruguaiana e região.
A investigação teve início no ano passado, quando evidências da instalação da facção em Uruguaiana foram apreendidas durante revista em galeria da Cadeia Pública de Porto Alegre (CPPA) - antigo Presídio Central - local onde estão alojados, predominantemente, os detentos membros da facção 'Os Manos'. A Promotoria de Justiça Especializada Criminal de Porto Alegre deu início ao trabalho, que teve a atuação da 1ª Promotoria Criminal em Uruguaiana, comandada pelo promotor de Justiça Luiz Antônio Barbará Dias.
De acordo com ele, ao longo das ações foram coletadas diversas evidências que comprovaram o estabelecimento da ramificação em Uruguaiana e identificados membros da quadrilha. As provas, segundo ele, indicam um esquema de troca de armas por drogas entre os bandidos instalados em Uruguaiana e os bandidos em Porto Alegre. "A quadrilha vinha fazendo o envio de armas de Uruguaiana para Porto Alegre, trocando por drogas que vinham da capital para a nossa cidade", explica ele. As armas e munições saídas de Uruguaiana estavam abastecendo a facção na região de Porto Alegre e do Vale do Rio dos Sinos.
A ação desta quinta-feira, incluiu o cumprimento de 14 mandados de busca e apreensão, doze deles em Uruguaiana - na Penitenciária Modulada Estadual de Uruguaiana e em endereços residenciais e profissionais de envolvidos identificados na investigação - um em Charqueadas e outro em Canoas, em casas prisionais. O objetivo foi localizar drogas, armas, documentos e mídias eletrônicas acerca da atuação de organização criminosa especializada em tráfico de armas, tráfico de drogas, receptação de veículos e lavagem de dinheiro. Em Uruguaiana o cumprimento dos mandados teve a atuação da Polícia Civil através da 1ª e 2ª Delegacia de Polícia, comandadas pela delegada Alessandra Xavier de Siqueira, e da Delegacia de Repressão às Ações Criminosas Organizadas (Draco) e Delegacia de Polícia de Pronto Atendimento (DPPA), comandadas pelo delegado Enio Tassi.
Conforme o promotor de Justiça Ricardo Herbstrith, a operação deflagrada agora é de extrema importância no combate ao crime organizado porque revela uma irradiação dessa organização criminosa para a fronteira, trazendo drogas e levando armas para a região metropolitana. "Temos a certeza que, a partir desta operação, conseguimos desmantelar uma importante ramificação da facção, no sentido de limitar e diminuir sua atuação, propiciando mais segurança à população gaúcha", ressaltou.
Tentativa de homicídio
Entre os presos estão três homens envolvidos em uma tentativa de homicídio cometida no dia 15 de junho. Um é apontado como mandante do crime e outros dois como os executores. A vítima, de 25 anos, foi alvejada com quatro disparos, foi socorrida e encaminhada ao Pronto Socorro Municipal e sobreviveu. Entre as provas coletadas acerca deste crime há interceptações telefônicas onde os envolvidos comentam sobre o crime e comemoram o ato.
Além deles três - dois deles, além da prisão resultante do mandado, foram presos em flagrante - outras cinco pessoas foram presas, entre elas uma mulher. Foram apreendidas drogas nas casas dos envolvidos - que resultaram em quatro prisões em flagrante - e armas, incluindo pistolas, escopetas e um fuzil. Os acusados responderão por tráfico de drogas, associação para o tráfico de drogas e posse irregular de arma de fogo de uso restrito.
Trabalho conjunto
Barbará destacou que a operação ocorreu de forma integrada e agradeceu o apoio das instituições de segurança. A operação foi realizada por integrantes da Promotoria de Justiça Especializada Criminal de Porto Alegre e do Gaeco, com o apoio da Promotoria Criminal de Uruguaiana, do 1º Batalhão de Policiamento de Área de Fronteira (BPAF) e Inteligência, Polícia Civil, Superintendência dos Serviços Penitenciários (Susepe) e Polícia Federal (em Charqueadas e Canoas).
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