Polícia Civil terá delegacia especializada em tráfico de armas
O secretário de Segurança do Estado, Sandro Caron, confirmou que o Rio Grande do Sul terá sua primeira delegacia especializada na investigação de crimes de tráfico de armas até o final do primeiro semestre do ano que vem.
De acordo com ele, escrivães e inspetores estão sendo treinados nesta especialidade, na turma de concursados que passa por formação na Academia de Polícia (Acadepol), em Porto Alegre. “Vai se chamar Desarme. Terá sede física e estrutura própria de pessoal capacitado especificamente para utilizar ferramentas de rastreio de armamento e munição. Estamos apenas definindo o departamento ao qual será vinculada, mas temos a expectativa de início do funcionamento para o primeiro semestre de 2024”, afirma o secretário.
A investigação sobre o tráfico de drogas, atuará no combate as facções, suas lideranças, braços operacionais e sistema de lavagem de dinheiro. Também vai se trabalhar pela resolutividade de inquéritos com ênfase nos crimes contra a vida; e o acesso a armas, que são as ferramentas do crime.
O secretário destaca que a nova unidade seguirá o modelo que tem sido aplicado em outras frentes de investigação, articulando informações e dados com forças estaduais e federais, como Polícia e Receita Federal. “Precisamos ter como premissa, para o êxito das ações, a compreensão de que o crime organizado não é mais um fenômeno regional. É necessário integração local e com outros estados e com as estruturas da União para alcançarmos a efetividade que desejamos”, pontua.
A nova delegacia será formada por agentes que começaram o seu treinamento em agosto desse ano. O grupo do qual serão selecionados os especialistas em investigação sobre comércio ilegal de armas é composto por 165 homens e 180 mulheres, habilitados em concurso público e inscritos na formação profissional. Os grupos serão divididos entre 185 novos inspetores e 160 novos escrivães. A formatura da turma está programada para janeiro de 2024.
A delegacia especializada contra o tráfico de armas irá agregar recurso a uma estratégia que já vem sendo praticada continuamente no Rio Grande do Sul. A combinação entre investigação pela Polícia Civil e presença ostensiva pela Brigada Militar desarma quadrilhas que atuam sobretudo no varejo do tráfico de drogas.
Pelo lado da Polícia Civil, as armas apreendidas são remetidas para o Instituto-Geral de Perícias (IGP) para exames de balística. Os delegados confrontam as características descritas nos laudos com o descritivo de projéteis retirados de cadáveres de vítimas de homicídio, na tentativa de acrescentar provas materiais a inquéritos sobre autoria de execuções ordenadas pelo crime organizado.
A expectativa das autoridades é de que a especialização das investigações propicie incremento nos resultados alcançados atualmente. Para o pesquisador vinculado a um Programa de Pós-graduação sobre Segurança Pública em Instituição Federal de Ensino Superior, a qualificação do setor público é fundamental.
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