O MDB confirmou a candidatura da senadora Simone Tebet à Presidência da República durante convenção nacional do partido realizada virtualmente nesta quarta-feira, 27/7. Paralelamente, PSDB e Cidadania, que atualmente compõem uma federação partidária, aprovaram apoio a Tebet em sua convenção.

Na abertura do evento, o deputado federal e presidente nacional do MDB, Baleia Rossi, ressaltou a importância histórica da convenção por lançar a primeira candidata mulher à presidência na história do partido.

Em seguida, a agora candidata Simone Tebet disse que pretende "reconstruir" o Brasil "com coragem e com amor". Ela reforçou ainda o papel de "terceira via", que almeja ocupar na disputa pelo Planalto que tem sido dominada pelo presidente Jair Bolsonaro (PL) e ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

"Novamente a história está nos convocando ao dialogo e à ação, pois nossos alicerces democráticos estão abalados, principalmente por essa polarização, esse discurso de ódio que nos leva ao abismo", declarou Tebet.

Tebet afirmou ainda estar pronta para ser a voz do MDB, do Cidadania e PSDB nesse pleito.

PSDB e Cidadania se uniram em maio deste ano em uma federação. Neste formato, as legendas são obrigadas a se manter unidas, atuando como uma sigla só, por pelo menos quatro anos. A federação já havia anunciado apoio a Simone, oficializado também nesta quarta-feira.

Ao cumprimentar os presidentes nacionais de ambas as siglas, Baleia Rossi afirmou que a união entre os três partidos forma o "centro democrático" no atual cenário eleitoral brasileiro.

Apesar de chancelarem o apoio à candidata, a federação PSDB-Cidadania, que irá escolher o vice da chapa de Simone, ainda não anunciou um nome de forma oficial.

Carreira e divisões

A senadora Simone Tebet tem 53 anos e é natural do Mato Grosso do Sul. Destacou-se politicamente como a primeira mulher a se candidatar a líder do Senado e a primeira mulher a comandar a Comissão de Constituição e Justiça da Casa.

Para a presidência, Simone afirmou que apresentará um plano de governo baseado no tripé composto por economia sustentável, agenda social - combate à fome e à desigualdade - e "governo afetivo", focado na parceria com a iniciativa privada e no incentivo à educação.

Apesar de aprovada pelo partido, Tebet não era unanimidade dentro do MDB. Algumas lideranças - entre elas o senador Renan Calheiros - defendia que o partido abrisse mão de ter um candidato ao Planalto e optasse pela neutralidade, liberando seus membros a apoiarem a chapa mais estratégica para seus respectivos estados.