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Brasília

Presidentes dos Três Poderes chamam atos de 'golpistas'

Os presidentes dos Três Poderes da República se reuniram no início desta segunda-feira, 9/1, depois que as sedes de Executivo, Legislativo e Judiciário foram invadidas na tarde de domingo, 8/1, e depredadas por vândalos e pessoas que não aceitam o resultado das eleições do ano passado e pedem um golpe militar no país. Eles divulgaram, no fim da manhã, uma nota conjunta em defesa da democracia. No texto, eles dizem rejeitar os "atos terroristas, de vandalismo, criminosos e golpistas".

"Estamos unidos para que as providências institucionais sejam tomadas, nos termos das leis brasileiras", diz a nota, que foi publicada no perfil oficial do presidente Luiz Inácio Lula da Silva em redes socais. "Conclamamos a sociedade a manter a serenidade, em defesa da paz, e da democracia em nossa pátria".

Além do presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), assinaram a nota o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), o presidente em exercício do Senado Federal, Veneziano Vital do Rêgo (MDB-PB), e a presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministra Rosa Weber.

"Conclamamos a sociedade a manter a serenidade, em defesa da paz e da democracia em nossa pátria. O país precisa de normalidade, respeito e trabalho para o progresso e justiça social da nação", conclui o texto.

Também participaram o ministro da Defesa, José Múcio, e o ministro da Secretaria de Comunicação Social da Presidência, Paulo Pimenta, além dos ministros do STF Luís Roberto Barroso e Dias Toffoli.

Não haverá paralisação

O ministro da Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República, Paulo Pimenta, disse que as ações não vão paralisar o governo. "Tanto é que o próprio presidente Lula fez questão de despachar daqui, do gabinete", disse Pimenta ao chegar ao Planalto, na manhã de ontem.

De acordo com o ministro, trata-se do episódio mais grave já ocorrido no país. "Tentaram, mas não conseguiram paralisar o governo", disse ele ao comparar atos terroristas a uma tentativa de golpe de Estado, termo que, segundo o próprio ministro, foi adotado também pela mídia internacional.

Pimenta acrescentou que o presidente Lula determinou que todos os envolvidos nas ações terroristas de domingo sejam identificados e responsabilizados pelo ocorrido.

Governadores

À tarde, os presidentes de Poder devem participar também de reunião com os governadores de todos os estados. Após os episódios, o governador do Distrito Federal (DF) foi afastado pelo Supremo. Na manhã de ontem, a administradora do Plano Piloto - região central de Brasília -, Ilka Teodoro, deixou o cargo.

Ainda na noite de domingo, Lula visitou o Palácio do Planalto e a sede do Supremo. Em seu perfil oficial numa rede social, ele disse que "os golpistas que promoveram a destruição do patrimônio público de Brasília estão sendo identificados e serão punidos". Também no domingo, o Presidente decretou intervenção federal na Segurança Pública do DF. O secretário executivo da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Garcia Cappelli, foi nomeado pelo Presidente como interventor federal no Distrito Federal. A medida tira o comando da área de segurança pública do governo local - polícias e o Corpo de Bombeiros do Distrito Federal -, que ficará até o dia 31 de janeiro sob o controle da União.

Informações

O ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, anunciou que além das investigações em andamento, a pasta criou o e-mail denuncia@mj.gov.br para receber informações sobre os "atentados terroristas". Ainda no domingo, Dino já havia afirmado em nota que "não haverá conivência com o crime e que todos os responsáveis responderão na forma da lei".

A Polícia Federal também informou que criou o e-mail denuncia8janeiro@pf.gov.br para receber informações sobre os atos de terrorismo do último domingo.


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