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Gasoluto e mais

Seminário debate integração entre RS e a Argentina

Rodrigo Ziebell/JC imagem ilustrativa - fireção ilustrativa - Evento foi promovido pela Federação das Indústrias do Estado do Rio Grande do Sul.

Ocorreu nesta semana o Seminário “Oportunidades Argentina – Brasil, Relação com o Governo de Misiones e o Fornecimento de Gás Natural de Vaca Muerta ao Rio Grande do Sul”, promovido pela Federação das Indústrias do Estado do Rio Grande do Sul (Fiergs), em parceria com o governo do Estado e a Embaixada da Argentina no Brasil. O evento teve o objetivo de discutir a integração entre o Rio Grande do Sul e a Argentina. Entre os presentes esteve o vice-governador do Estado, Gabriel Souza (MDB) e o embaixador da Argentina no Brasil, Daniel Scioli. O deputado Frederico Antunes (PP), líder do governo na Assembleia Legislativa, também participou do encontro.

Ao falar das semelhanças com o país vizinho, o vice-governador destacou a cultura compartilhada e as pautas em comum entre os dois países, em especial o mercado de gás natural. “Tivemos uma agenda esta semana, em São Paulo, dedicada a discutir e viabilizar medidas pelas energias renováveis, que é um assunto estratégico para nós e para a Argentina. Estamos à disposição para colaborar e trabalharmos junto com este propósito”, disse.

Além da questão do gasoduto, Gabriel ressaltou outras pautas conjuntas, como a ponte entre Porto Xavier e San Xavier, a retomada dos voos diretos entre Porto Alegre e Buenos Aires e a renovação do convênio de concessão da ponte em São Borja (fronteira com Santo Tomé), além de questões sanitárias e comércio internacional. Inovação foi o último tema tratado, e o vice-governador convidou a comitiva argentina a participar do South Summit Brazil, de 29 a 31 de março, na capital gaúcha.

Gasoduto

O Plenário Mercosul foi o espaço escolhido para receber a delegação argentina, que além do Embaixador, era formada pela secretária de Energia, Flavia Gabriela Royón, e pelo governador da província de Misiones, Oscar Herrera Ahuad.

Scioli ressaltou a posição estratégica e importante que a indústria do Rio Grande do Sul sempre teve com a Argentina, país que é o terceiro comprador de produtos gaúchos e o primeiro da origem de vendas ao Estado, e que essa relação poderá se intensificar após a conclusão da obra de construção do gasoduto da reserva de Vaca Muerta até o Brasil.

Anfitrião do evento, o presidente da Fiergs, Gilberto Porcello Petry, lembrou que a indústria responde por metade do consumo de gás natural no Brasil e que o Rio Grande do Sul, industrializado e com diversificação produtiva, está entre seus principais consumidores no país.“O custo constitui ainda uma barreira operacional para inúmeras fábricas. Cabe, portanto, discutir e analisar caminhos para garantir um fornecimento competitivo”, disse, enfatizando que desde a aprovação do marco regulatório do gás no parlamento brasileiro, há menos de dois anos, já se observam evoluções significativas, mas ainda há muito a se avançar.

Financiamento brasileiro

Desde os primeiros dias do novo governo federal, a reaproximação entre Brasil e Argentina, em especial sobre a questão do gás natural, vem tomando força. Isso porque em sua primeira viagem internacional, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) visitou o presidente argentino, Alberto Fernandéz e, na ocasião, disse que o governo deverá financiar a segunda fase do projeto de construção do gasoduto Néstor Kirchner, através do Banco Nacional de Desenvolvimento Social (BNDES).

A Argentina precisa de um financiamento de US$ 689 milhões para a obra, que ampliará o escoamento das reservas não-convencionais de Vaca Muerta, em Neuquén, próximo à província de Santa Fé. O projeto prevê a entrada em solo brasileiro por Uruguaiana, onde está instalada termelétrica Uruguaiana, da Âmbar Energia, seguindo até Triunfo e permitindo conectar de fato o gás argentino à malha integrada de gasodutos do Brasil.

Em contrapartida, o país vizinho garante que consegue vender gás natural ao Brasil com preços mais atrativos do que os valores atualmente pagos para a Bolívia, de onde o país importa atualmente.

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