Três dos nove vereadores da Barra do Quaraí ingressaram na quarta-feira, 14/11, com um pedido de anulação da eleição da Mesa Diretora da Câmara, realizada na terça-feira, 13/11. Eles alegam que o prefeito, Iad Choli (PSB) interferiu na eleição, de forma determinante para o resultado.

A eleição

A Chapa 1 era encabeçada pelo vereador Rogério Blanco (PTB) e composta ainda pelos vereadores Valdemar Alves (PT) e Richard Souza (PT); e a Chapa 2, encabeçada pelo vereador Fernando Balbuena (PTB) e composta também pelos vereadores Nivaldo Antunes (PTB) e Carlos Alberto 'Canjiquinha' da Rosa Filho (PT).

Inicialmente a votação, que foi acompanhada pelo Prefeito no plenário, terminou em empate com quatro votos para casa chapa e um voto em branco. De acordo com o Regimento Interno, nesses casos é realizada uma nova eleição após uma pauta de até dez minutos. Se houver novo empate, é eleito o parlamentar dentre os postulantes que obteve maior votação na eleição municipal.

Durante o período de pausa, porém, uma reunião a portas fechadas foi realizada entre o Prefeito, os membros da Chapa 1, o presidente atual do Parlamento, Idélcio Pilar (PDT) e a vereadora Zulma Rolim (PSB), todos base do governo. Após a reunião, a nova votação teve placar de 5 x 4 para a Chapa 1, sem nenhum voto em branco.

Para o membros da Chapa 2, Iad influenciou no voto de um dos parlamentares e, apesar de a votação ser secreta, acreditam que tenha sido o atual presidente quem mudou o voto, já que além dos três integrantes de cada chapa, os outros dois vereadores já haviam manifestado seu apoio: Zulma na Chapa 1, e Fernando Alonso (PT) na Chapa 2. Se novamente o pleito tivesse acabado empatado, a Chapa 2 seria a vitoriosa, já que seu candidato a presidente fez 126 votos nas eleições de 2016, enquanto o candidato da Chapa 1, fez 94 votos.

No pedido de anulação da eleição, os vereadores integrantes da Chapa 2 alegam que a Constituição Federal assegura em nível de cláusula pétrea a separação dos poderes do Estado, tornando-os independentes, visando principalmente evitar que que um dos poderes usurpe as funções do outro, e que houve inferência do Prefeito. "Não se trata de ganhar ou perder, a questão é que não houve lisura no pleito", diz Balbuena. Ainda no documento, eles explicam que, se não atendido o pleito, buscarão o Ministério Público.

O Prefeito

Procurado pela reportagem do Jornal CIDADE, Choli negou que tenha tido alguma atitude no intuito de interferir ou influenciar no resultado da votação. "Fui convidado para participar da sessão e estava no plenário, quando os vereadores da base do governo se reuniram na sala da Presidência, e me convidaram. Conversamos, mas não houve nenhum tipo de influência. Além disso, o voto é secreto e se sabe de quem foi o voto em branco na primeira votação", diz e