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Prevenção

Diagnóstico precoce de câncer de cabeça e pescoço aumenta chances de cura para 90%

Ilustração/Freepik imagem ilustrativa - fireção ilustrativa - - O câncer de cabeça e pescoço é o sexto tipo mais comum no mundo.

Com o apoio da Organização Mundial de Saúde (OMS), o mês de julho ganha a cor verde para alertar sobre a prevenção e diagnóstico precoce do câncer de cabeça e pescoço. Segundo o Instituto Nacional do Câncer (Inca), 70% dos casos da doença são diagnosticados em fase avançada e caso fossem constatados no início, as chances de cura chegariam a 90%.  

Segundo o INCA (Instituto Nacional de Câncer), dos 640 mil novos casos de câncer estimados para este ano, cerca de 43 mil são tumores nessa região. A data visa conscientizar a população sobre a importância da prevenção. 

O câncer de cabeça e pescoço já é o sexto tipo mais comum de tumor no mundo. Apesar de se desenvolver silenciosamente, com poucos sinais e sintomas, é estimado que cerca de um terço dos casos poderiam ser evitados. Esse grupo inclui áreas como boca, língua, faringe, garganta, glândulas salivares, seios paranasais e tireoide, frequentemente manifestando-se através de nódulos. O câncer bucal é mais prevalente entre os homens, enquanto o câncer da tireoide é mais comum entre as mulheres. 

Segundo projeções do INCA, o Brasil deve registrar aproximadamente 15.100 novos casos de câncer oral anualmente entre 2023 e 2025, com risco mais elevado em homens. Para o câncer de laringe, são estimados 7.790 novos casos no mesmo período, predominantemente em homens. 

"Um nódulo persistente no pescoço, dificuldades para mastigar e engolir, lesão na boca que não cicatriza após 10 a 14 dias com sangramento contínuo, engasgos frequentes e rouquidão prolongada por mais de três semanas são sinais de alerta para o câncer de cabeça e pescoço. É crucial estar atento a esses sintomas", enfatiza o Dr. Cheng Tzu, oncologista do Hospital Alemão Oswaldo Cruz. 

Adotar hábitos saudáveis, como boa higiene bucal e visitas regulares ao dentista para exames clínicos, é fundamental na prevenção e diagnóstico precoce. "O dentista deve valorizar as queixas do paciente, como lesões não cicatrizadas há mais de 10 dias, encaminhando suspeitas para avaliação oncológica e definição do tratamento adequado", esclarece o Dr. Cheng Tzu. 

Fatores de risco 

O tabagismo e o consumo excessivo de álcool são os fatores de risco mais conhecidos. Estudos recentes do Johns Hopkins Oncology Center indicam que o HPV (papilomavírus humano) também está associado ao aumento de casos de câncer de boca, especialmente em pessoas de 40 a 50 anos que tiveram relações sexuais desprotegidas. 

Embora menos agressivos localmente, os tumores causados pelo HPV podem se espalhar rapidamente pelos linfonodos do pescoço. No entanto, respondem bem a tratamentos como cirurgia, radioterapia e quimioterapia, quando diagnosticados precocemente, com chances de cura de até 90%. 

Enquanto o hábito de fumar está diminuindo, os casos relacionados ao HPV estão aumentando. "Isso tem levado a um significativo aumento nos casos de câncer de cabeça e pescoço entre não fumantes e não alcoólatras", explica o Dr. Cheng Tzu. 

Tratamento 

A radioterapia, combinada ou não com quimioterapia, e a cirurgia são opções eficazes para muitos pacientes. A escolha do tratamento deve ser baseada na avaliação multidisciplinar para melhor coordenação do cuidado e resultados satisfatórios. 

Prevenção 

Evitar o consumo excessivo de álcool; manter uma dieta saudável, rica em frutas, legumes e verduras, evitando alimentos processados; manter a higiene bucal em dia; considerar a vacinação contra o HPV, disponível gratuitamente pelo SUS para adolescentes; para aqueles expostos a fatores de risco, consultas regulares com um especialista em cabeça e pescoço são fundamentais para a detecção precoce de lesões suspeitas; parar de fumar é a melhor maneira de prevenir a maioria dos cânceres de boca, faringe e laringe. 

 


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