Made in Argentina
Remédios controlados são contrabandeados e vendidos em Uruguaiana
O contrabando de produtos vindos da Argentina, além do crime contra a Receita, em algumas situações gera prejuízos à saúde pública. Apesar da fiscalização, o contrabando de remédios que no Brasil possuem o uso controlado é feito em veículos de passeio, sem nenhuma dificuldade.
Uma das medicações mais requisitadas pelos clientes clandestinos é o antibiótico Azitromicina 500mg. Vendido somente com receita médica no Brasil, em Paso de los Libres ele é adquirido em qualquer farmácia, e o preço é muito abaixo do encontrado em Uruguaiana.
A facilidade para compra e o baixo custo resultam no comércio irregular. Do lado brasileiro a medicação é vendida em armazéns e por “passadores”. A cartela com cinco comprimidos nas farmácias de Uruguaiana custa R$ 42,50. Já em Libres, a cartela com três comprimidos está custando entre R$ 5 e R$ 6. A Amoxicilina, outra medicação muito requisita, custa $ 400, cerca de R$ 2,80. A cotação do peso argentino nesta terça-feira, 3/10, para quem compra na Argentina é de R$ 0,07.
Venda em Uruguaiana
Em armazéns, principalmente da área periférica, a cartela com três comprimidos de Azitromicina é vendida a R$ 15. A compra é feita somente presencialmente e os vendedores geralmente só atendem pessoas recomendas por terceiros.
Recentemente, a Anvisa divulgou comunicado sobre os riscos à saúde da população causados pelo uso indiscriminado de medicamentos, sem orientação profissional, e também do processo de notificação de eventos adversos.
A automedicação tem preocupado ainda mais as autoridades sanitárias em todo o mundo. É preciso que as pessoas se conscientizem dos riscos reais dessa prática, que pode causar reações graves, inclusive óbitos.
A fiscal responsável pelo Setor de Vigilância Sanitária, Bianca dos Anjos, destaca que as ações de fiscalização são realizadas periodicamente. Além disso, o setor solicita que a comunidade colabore denunciando.
Todo medicamento apresenta riscos relacionados ao seu consumo, que deve ser baseado na relação benefício-risco. Ou seja, os benefícios para o paciente devem superar os riscos associados ao uso do produto. Essa avaliação é realizada a partir de critérios técnico-científicos, de acordo com o paciente e o conhecimento da doença.
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