Segundo dados da primeira etapa do Censo Escolar 2021, em geral, o Brasil perdeu cerca de 627 mil alunos no ano passado, o que representa queda de 1,3% quando comparados com 2020. O censo foi divulgado nesta semana pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep). As crianças foram as mais afetadas pela evasão escolar.

O número de matrículas na educação infantil registrou queda de 7,3% entre os anos de 2019 e 2021. Nesse período, 653.499 crianças de até 5 anos saíram da escola.

Já o índice de crianças matriculadas em creches caiu 9% entre 2019 e 2021. A queda mais expressiva foi registada na rede privada, que apresentou uma redução de 21,6% de 2019 a 2021. Na rede pública, a queda foi de 2,3% nesse período. Ao todo, o Censo registrou 69,9 mil creches em funcionamento no Brasil no ano passado.

Apesar destes resultados ruins, ao longo do ano passado, as matrículas na rede pública de educação básica chegaram a 38,532 milhões de alunos. O número recupera a trajetória de crescimento, interrompida em 2020 pela pandemia de covid-19.

O Censo Escolar 2021 apontou relativo aumento do número de matrículas nos anos finais do ensino fundamental. A etapa educacional é a maior entre todas na educação básica, com 26,5 milhões de alunos. Em 2020, o país contabilizou 11.928.415 estudantes do 6º ao 9º ano. Já em 2021, houve 11.981.950 matrículas nesses mesmos anos - um acréscimo de mais de 53 mil alunos.

De acordo com a pesquisa, também houve aumento no número de matrículas no ensino médio. Foram registrados 7,8 milhões alunos em 2021 - um acréscimo de 2,9% em relação a 2020.

Apesar de haver queda nas matrículas para educação de jovens e adultos (EJA), o resultado foi considerado positivo pelo Inep, que esperava uma taxa de evasão maior por conta da pandemia. Em 2020, foram registrados 3 milhões de estudantes, considerando a EJA nos ensinos fundamental e médio. No ano de 2021, foram 2,9 milhões de matrículas.

As matrículas na educação especial aumentaram em todas as etapas (infantil, fundamental e médio), seja nas classes especiais e escolas exclusivas ou em classes comuns (alunos incluídos).

A partir desta terça-feira (1º), o Inep começa a coleta de dados da segunda etapa do Censo Escolar 2021. Nessa fase, a ideia é identificar o que ocorreu com esses alunos que não voltaram à escola. Os levantamentos do Censo indicam de que forma o Ministério da Educação deve repassar recursos e servem como base para as avaliações do Inep.