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Produção de Arroz
Mesmo com colheita alta, os preços preocupam produtores de arroz

Cleiton Ramão/IRGA imagem ilustrativa - fireção ilustrativa - Além dos desafios climáticos, os produtores também enfrentam preocupações em relação aos preços praticados no mercado nacional
A colheita do arroz já atingiu 39% da área cultivada no Rio Grande do Sul, conforme levantamento do Instituto Rio Grandense do Arroz (Irga). Isso se dá pelo ritmo acelerado devido ao aumento da capacidade operacional das lavouras. Na Fronteira Oeste, principal região produtora do Estado, a expectativa é de que essa etapa esteja praticamente concluída até o fim de março, de acordo com a Federação das Associações de Arrozeiros do Rio Grande do Sul (Federarroz).
Segundo a entidade, a produtividade tem sido satisfatória e a safra se mantém dentro da normalidade, com alguns produtores superando as médias históricas. O clima beneficiou a Fronteira Oeste, permitindo que os grãos fossem colhidos com as plantas em pé, ao contrário do Litoral, onde lavouras acamadas dificultam os trabalhos.
No entanto, a intensa onda de calor registrada entre janeiro e fevereiro impactou a qualidade dos grãos na Fronteira Oeste, fato que reduziu a proporção de grãos inteiros na última semana. Além dos desafios climáticos, os produtores também enfrentam preocupações em relação aos preços praticados no mercado nacional.
A Federarroz aponta que a queda antecipada nas cotações foi impulsionada pelos leilões da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), que desequilibraram a oferta e a demanda. Atualmente, o preço pago ao produtor se encontra no ponto de equilíbrio em média no Estado, mas, em diversas regiões, não cobre os custos de produção.
De acordo com a entidade, a tabela de preços da Conab não considera fatores como a depreciação do maquinário e os custos de mão de obra terceirizada. Por outro lado, se os produtores enfrentam dificuldades, os consumidores brasileiros são beneficiados por um dos preços mais baixos do mundo. Segundo a Federarroz, o Brasil está entre os 14 países com o arroz mais barato, conforme levantamento da plataforma Price Rankings Numbeo.
A estiagem no Estado também traz impactos significativos à produção. Regiões arrozeiras que cultivam soja conseguem amenizar os prejuízos, pois a leguminosa auxilia na cobertura de despesas como transporte, combustível e energia elétrica. No entanto, produtores da Depressão Central enfrentam dificuldades mais severas.
Outro fator de preocupação é que metade da lavoura ainda não foi colhida, incluindo cerca de 100 mil hectares sem seguro agrícola e plantados fora do período ideal – uma área que representa mais de 10% da produção estadual. Caso os preços do arroz se mantenham nos níveis atuais, a Federarroz alerta que muitos produtores poderão enfrentar dificuldades financeiras severas, comprometendo até mesmo o plantio da próxima safra.
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