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Alerta

Uruguaiana tem aumento de internações e uma morte por bronquiolite

Divulgação - Médica Carla Argemi destaca importância da prevenção, com medidas como vacinação e evitar aglomerações e tabaco.

Um bebê de apenas três meses faleceu no início desta semana, vítima de complicações respiratórias causadas por bronquiolite. A criança deu entrada no Hospital Santa Casa de Uruguaiana (HSCU) na segunda-feira, 14/7, mas não resistiu e morreu na terça-feira, 15/7, com hipótese diagnóstica de bronquiolite e pneumonia, conforme informou o administrador hospitalar Claudinei Valim. A morte levanta um alerta sobre o avanço da bronquiolite na cidade. De acordo com a Santa Casa, entre maio e julho de 2025, já foram registradas 93 internações por suspeita da doença: 40 em maio, 27 em junho e 26 até a metade deste mês.

Segundo a Secretaria Municipal de Saúde (SMS), embora a bronquiolite não seja de notificação compulsória, os dados da Vigilância em Saúde, por meio do Painel de Hospitalizações por Síndrome Respiratória Aguda Grave (Srag) do Governo do Estado,
ajudam a dimensionar o impacto do vírus.

Até a 27ª semana epidemiológica, encerrada no sábado, 5/7, o município contabilizou 96 hospitalizações por Srag. Destas, 22 foram associadas ao Vírus Sincicial Respiratório (VSR), o principal agente causador da bronquiolite em bebês. Ainda foram registrados 18
casos de rinovírus e quatro de adenovírus (vírus que podem provocar infecções respiratórias, sendo um dos vírus responsáveis por desencadear o resfriado comum).

Do total de hospitalizações por Srag neste ano, 30 envolvem bebês com menos de 1 ano e 24 crianças de 1 a 4 anos, justamente as faixas etárias mais suscetíveis à bronquiolite em sua forma grave. Em 2024, a cidade somou 230 hospitalizações por SRAG ao longo do ano. Entre esses registros, 107 casos foram associados a vírus respiratórios como o VSR, rinovírus e adenovírus. O número de óbitos também foi mais alto: oito mortes foram atribuídas à Srag no ano.

Ainda assim, o número de hospitalizações por SRAG associadas ao VSR em 2025 já se aproxima dos índices do ano anterior, e preocupa pelo número elevado em um curto período.

Prevenção

A médica pediatra e infectologista pediátrica, Carla Tourem Argemi, explica que a bronquiolite é uma infecção viral que atinge os bronquíolos (pequenas estruturas dos pulmões) e afeta especialmente crianças com menos de dois anos de idade, sendo mais comum e perigosa em bebês menores de um ano. “Os sintomas incluem coriza, tosse e, às vezes, febre. Nos quadros mais graves, a criança pode apresentar dificuldade respiratória, cansaço extremo e recusa alimentar”, detalha a especialista.

Conforme ela, entre os fatores de risco estão a prematuridade, baixo peso ao nascer, ausência de aleitamento materno, além de doenças cardíacas ou pulmonares prévias. O vírus sincicial respiratório é o principal causador da doença, mas outros vírus respiratórios, como rinovírus e adenovírus, também podem desencadear quadros semelhantes.

O tratamento da bronquiolite depende da gravidade do caso. Em quadros leves, é indicado repouso, hidratação e medicamentos sintomáticos. Já em situações moderadas a graves, como a do bebê que veio a óbito, é necessário internação para suporte com oxigênio e hidratação intravenosa. A médica alerta ainda para o uso inadequado de medicamentos. “Por se tratar de uma infecção viral, o uso de antibióticos, corticoides ou antialérgicos não é indicado”, reforça Carla.

Ela destaca ainda a importância da prevenção e cita medidas como evitar aglomerações e ambientes fechados, manter a criança afastada de pessoas gripadas, lavar as mãos com frequência e usar álcool em gel, além de garantir que o esquema vacinal esteja em dia e evitar o tabagismo passivo (quando há fumantes próximos à criança).

A médica também destaca que há vacinas contra o VSR disponíveis na rede privada, uma para gestantes e outra para crianças, mas que ainda não foram incorporadas ao calendário do SUS. “O Ministério da Saúde está em processo de incorporação das vacinas contra o
VSR, mas ainda não há previsão para início da aplicação nem definição sobre o público alvo”, conclui.

A recomendação é que pais e responsáveis fiquem atentos aos primeiros sinais da doença e busquem atendimento médico diante de qualquer sintoma, especialmente em bebês pequenos. A maior parte dos casos evolui de forma leve, mas a vigilância é essencial para evitar complicações. “Se há suspeita que seu filho tem bronquiolite, é importante consultar para avaliação e
orientação adequada”, reforma a médica. “E lembrar que nem todos os pacientes evoluem com a forma grave da doença”, conclui.

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