MARISELE VELASQUES
Psicológico
Cada família sabe o que se passa dentro de sua casa, quais os problemas, medos e dúvidas. A pandemia transformou nossas rotinas, nos prendeu dentro de nossos lares e nos obriga a ficar distante de tanta gente que faz parte das nossas vidas. Fique em casa e se tranque que tudo virá até você. Suas contas serão pagas, seus problemas se resolverão e seus filhos estarão protegidos. Estamos desde março ouvindo isso, o tempo passou e mesmo com o isolamento os números de casos só aumentam e continuamos presos e cheios de problemas. As pessoas estão adoecendo psicologicamente também.
Estamos vendo trabalhadores perdendo seus empregos, pequenos e médios empresários se endividando ou desistindo de anos de investimento. Aliás, eles não estão recebendo auxílio algum, bancos dizem que vão emprestar, mas na prática continua a mesma burocracia. Como os problemas não se resolvem e ninguém traz uma solução rápida o jeito é continuar vivendo um dia de cada vez. Observando tudo isso estão os filhos, queremos protegê-los de um vírus e muitas vezes não conseguimos disfarçar nossas frustrações e ansiedades, tendo pouca paciência e descontando em quem não tem culpa alguma, o que trará para dentro de casa mais problemas ainda. Nossas crianças e jovens também são atingidos, eles não estão isentos a essas mudanças e não tem maturidade emocional para lidar com tantas mudanças de humor e más notícias.
Precisamos construir um ambiente de tranquilidade e certeza de que as coisas passam para que nossa família não adoeça emocionalmente junto conosco. Alguém tem que tomar essa atitude e tentar auxiliar de alguma forma como renegociar dívidas, diminuir gastos ou simplesmente separar momentos de distração em casa para tentar minimizar tanta tensão. Ao contrário do que algumas pessoas pensam, tem bastante gente preocupada com as contas do fim do mês, com a alimentação dos filhos e em dormir em paz sabendo que suas dívidas estão sendo pagas. Tirar o sustento das pessoas as impedindo de trabalhar e não oferecer uma renda em troca é deixá-las doentes da mesma forma como esse vírus tem feito. Problemas todos têm, mas são nossas atitudes em relação a eles que definirão como se resolverão. O filho não tem culpa, ele precisa de carinho e atenção no mesmo nível de proteção (isolamento) que você tem dado a ele.
Pense nisso!
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