Marisele Velasques
Perigo em casa
Diariamente quando procuramos informações sobre o dia em jornais impressos, internet ou tele jornais, entre uma notícia e outra, infelizmente sempre tem alguma referente a maus tratos, violências, abusos e até mesmo assassinatos de crianças ou adolescentes. Com o isolamento social, muitas pesquisas já mostraram que os casos estão aumentando e parece que estão ficando ainda mais cruéis. O mais triste é pensar que na grande maioria das vezes, situações absurdas dessas acontecem em casa, justamente por aqueles que deveriam proteger e zelar pela criança. Com medo ou vergonha, dificilmente a vítima irá pedir ajuda, até porque seu agressor irá sempre fazer ameaças, mas mesmo que sua boca não peça, muitos sinais de mudanças de comportamentos podem ser observados e investigados antes que qualquer conclusão.
Geralmente as crianças ficam mais irritadas ou chorosas. Algumas se isolam e nem conseguem brincar ou conversar direito, outras podem transparecer todo o seu sofrimento sendo agressivas não só em palavras, mas fisicamente também. Ainda tem aquelas que ficam extremamente curiosas sobre assuntos relacionados à sexualidade perguntando, falando ou desenhando, podendo até apresentar comportamentos muito avançados para a sua idade. Também tem aquelas que fisicamente darão sinais como: manchas e ferimentos nas partes íntimas e até fazer xixi na cama mesmo depois de grande. É importante cuidar se ao chegar perto de uma determinada pessoa ela fica irritada ou nervosa, este pode ser o possível abusador ou agressor. Adolescentes também mudam seus comportamentos e para eles que ainda não sabem lidar com seus sentimentos extremos, a depressão pode acontecer e até se agravar, tendo que seus responsáveis buscar ajuda profissional para que consequências piores, como a automutilação, por exemplo, não venha a acontecer.
Sempre é importante que seu filho veja em você a pessoa ideal para conversar, desabafar, tirar dúvidas e pedir socorro. Se seu temperamento ou falta de paciência não permite que haja uma aproximação entre vocês, com certeza outra pessoa ocupará o seu lugar. Então procure fazer do diálogo em família um costume desde a infância. Queira saber da rotina, conhecer os amigos, com quem interage nas redes sociais e se o agressor está dentro de casa, afaste a criança o mais rápido possível.
Com as escolas fechadas o olhar apurado do professor que já é acostumado a perceber mudanças de comportamentos está prejudicado. Além da falta de convivência, os estudantes que precisam de ajuda e não tem com quem falar e muitas vezes acham no professor a segurança para desabafar, estão escondidos em seus medos e inseguranças. Por isso, se por acaso o problema é no vizinho e a situação já está ficando fora do controle, o dever de todo cidadão é ajudar a proteger nossas crianças e adolescentes. Se existe a possibilidade de evitar traumas e tragédias, precisamos ter coragem. É melhor falhar pelo cuidado do que deixar que erros graves passem despercebidos e destruam vidas.
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